COLUNISTAS

A saudade é o amor que fica quando tudo mais perde o sentido.

O inconformismo, o desespero em determinados momentos pela impotência  diante do inevitável, abre um abismo cruel e sem fim dentro de nós.

Saudade é a memória que fica no coração dos momentos compartilhados. Pode ser linda, profunda e ao mesmo tempo extremamente dolorida, que só o tempo ameniza mas não anula e a dor então vai se tornando uma suave nostalgia.

Querer vê-los de novo, nem que fosse por um instante, falar tudo o que pensamos que poderíamos ter dito, abraçar mais, beijá-los e falar do quanto eram importantes para nós.

Sabemos que quando choramos nossos mortos, choramos por nós e não por eles, porque não mais os teremos ao nosso lado como antes, choramos pelo vazio imenso que fica conosco. Eles partem para outra dimensão onde estarão melhor devido as circunstâncias que culminaram com sua partida, e  não mereciam permanecer sofrendo. Os teremos sempre ao nosso lado como antes, os amaremos com o mesmo carinho e intensidade e deveremos honrá-los vivendo nossa vida como eles certamente queriam que nós vivêssemos e somente o amor sublimado desta forma será a essência que  nos vinculará até a eternidade.

    Como disse Saint-Exupery: “aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós”.

Perdemos nossos entes queridos e pensamos que nunca mais seremos capazes de sorrir, de sentirmos alegria. Com o passar do tempo percebemos que a vida está presente ali para ser vivida sem interferir ou diminuir o nosso amor e a nossa saudade.

Cada pessoa que parte é insubstituível em nosso viver, mas outros que amamos, e nos amam fazem parte de nossa vida ainda estão presentes e isso em parte nos conforta. Ainda precisam de nós. Nosso coração deverá permanecer aberto para a acolhida e para sermos igualmente acolhidos. Estendamos nossas mãos e aceitemos  as mãos  que nos são estendidas.

São tantas pessoas que cruzaram  seus caminhos com os nossos.Devemos reverenciar o quanto foi importante fazerem parte de nossas vidas, não importando o tempo de permanência. Era o tempo já designado e por isso o ciclo foi encerrado nesta passagem terrena.

Gratidão sempre pois pelo legado deixado e por terem despertado desde sempre em nós esse amor infinito.

Como diz Trigueirinho: “que a tristeza da separação seja acompanhada da certeza de que os laços do amor verdadeiro são indestrutíveis e que um dia nos reencontraremos”.

Sejam as nossas preces e nosso pensamento de amor, a luz que os auxiliará na merecida e abençoada evolução espiritual.