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As plataformas de redes sociais e a política 14/06/2024

Nos últimos meses temos presenciado sessões no Legislativo e Congresso, onde os deputados federais e senadores, prendem-se mais e publicar conteúdos ou imagens pessoais, do que os próprios temas que estão sendo anunciados para votação, como medidas provisórias, emendas ou pec´s. 
Ao mesmo tempo que redes sociais têm desempenhado um papel significativo na política brasileira, aproximando os parlamentares dos eleitores e influenciando a forma como eles se comunicam, chegou ao ponto de tornarem-se mais relevantes do que o propósito principal dos legisladores. 
Todos os congressistas brasileiros mantêm pelo menos uma conta ativa em alguma rede social, independentemente de seu espectro partidário ou ideológico.
A “bancada do YouTube” é conhecida por fotografar, filmar e transmitir tudo em tempo real, enquanto outras redes sociais também o fazem e ainda, não bastasse os ganhos pelo exercício do cargo, tais políticos monetizam (auferem mais ganhos), através dos likes e número de acessos a esse conteúdo, cujas informações, são muito mais de cunho pessoal, do que ligados aos temas de interesse público e legal. 
Tanto a Câmara dos Deputados como o Senado, possuem até um rankeamento de quais políticos possuem maior nível de interação em suas redes sociais. Isso gera uma influência e imagem extremamente negativas, e ainda, quem absorve esse aspecto negativo e a nação, que creditou seu voto a tais políticos. 
A influência das redes sociais na política, como já se conhece, geram bolhas de informação onde os usuários são expostos principalmente a conteúdos que confirmam suas opiniões preexistentes, levando à polarização e à falta de diálogo construtivo entre diferentes grupos políticos.
Abrange ainda a conhecida Fake News, pois as redes sociais são um terreno fértil para a disseminação de notícias e teorias de conspiração, onde os usuários (neste caso, os políticos), se utilizam de informações enganosas para manipular a opinião pública.
Há ainda uma certa superficialidade e falta de contexto, devido a forma rápida com que as redes sociais promovem debates devido as publicações, onde questões complexas se reduzem a slogans e até mesmo ironia, assim também, são utilizadas para declarações simplistas sem fornecimento do contexto ou de uma análise mais aprofundada. Como consequência, tem-se a distorção da compreensão dos eleitores sobre questões que são importantes. 
Como tornou-se comum os deputados inflarem as redes sociais com informações das sessões em tempo real, isso tornou-se uma ferramenta de uso em benefício próprio, e como já mencionado nesta coluna, ainda monetizando as contas pessoais dos usuários. 
Não fosse o suficiente todo o cenário político-econômico pelo qual passa o país, o cidadão ainda assiste de bastidor a esse show o qual todos já conhecemos e mesmo assim, não tomamos consciência de que ao cumprir a responsabilidade de votar em uma eleição, estamos muitas vezes permitindo que pessoas sem escrúpulos e movidas por interesses pessoais, nos representem com autoridade, pelo tempo de gestão do seu mandato. Aqui, a coluna se refere ao tema narrado acima. 
Certamente é um movimento que só irá tomar proporções maiores e a impressão que se tem, não somente por esse motivo e há muito tempo, é que tudo corre sem qualquer limitação seja de comportamento, respeito a sociedade e cumprimento de funções as quais são responsabilidade dessas pessoas. 
Que sirva de referência para as eleições vindouras e também, para as gerações mais novas de eleitores que começam a praticar o seu voto, analisando bem o perfil das pessoas que serão colocadas a cumprir o papel de levar o interesse da população brasileira á práticas que tragam resultados. 
Não espere que uma rede social suprir o anseio pelo reconhecimento pessoal. Você é o que é. Não espere que uma rede social, supra o relacionamento familiar, com os amigos e social. Seja sim, presente na vida real das pessoas que valorizam você e você as valoriza.

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