COLUNISTAS
O Supremo Tribunal Chinês 26/07/2024
O ministro Luís Roberto Barroso é o presidente do Supremo Tribunal Federal e no início deste mês realizou uma viagem oficial à China. O país asiático desperta muito interesse e curiosidade e há muita gente ávida por conhecê-lo, principalmente turistas e empresários. O que choca é o desejo de um ministro do STF desejar visitar um país cujo sistema judicial é completamente avesso aos princípios do Estado de Direito. E é ainda mais revoltante saber que toda essa viagem foi custeada pelos pagadores de impostos brasileiros.
A China possui um regime totalitário, de partido único. Não é uma democracia representativa. Está, aliás, muito longe disso e o próprio Poder Judiciário não é independente. A “justiça”, por lá, depende das diretrizes do Partido Comunista, havendo ainda crimes de opinião, perseguição a opositores e completa falta de liberdades individuais. A liberdade de informação e de imprensa também lá não existe. É esse tipo de regime que o ministro Barroso foi visitar.
Segundo a TV Justiça, a viagem de Barroso teve o objetivo de “aprofundar conhecimento mútuo dos sistemas judiciais”. Será que o ministro não sabe que na China a justiça imparcial, com amplo direito de defesa e direito ao contraditório não existe? E que se trata de um regime marxista em que não há independência do Judiciário e que os juízes podem, a qualquer momento, perder seus cargos por decisão do Partido Comunista em congresso? Essa viagem realmente é uma vergonha completa.
Além de visitar o Supremo Tribunal Popular da China, Barroso palestrou para 300 juízes. Sabe qual o tema? “Democracia e mudança climática”. Um juiz de uma democracia representativa falando sobre democracia para magistrados marxistas que a rejeitam, que não respeitam seus princípios e que prendem opositores por qualquer crime contra a revolução de Mao. É ou não é uma incoerência? Foi ou não foi dinheiro público jogado fora?