COLUNISTAS
Eleições 02/08/2024
O brasileiro tem uma predileção toda especial por eleições. Tanto é verdade que estamos atentos até pela escolha dos candidatos que concorrerão a presidência da república dos Estados Unidos e acredito que a maiora dos conterrâneos já escolheram o seu preferido e não votam porque não é permitido.
Realizamos eleições para tudo, círculo de pais e mestres, rainha do colégio, do bairro, enfim estamos sempre envolvidos com alguma disputa eleitoral. A prova disto é que no país por gostarmos tanto de eleição, as mesmas são realizadas em épocas distintas, votamos para eleger presidente da república, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores e poucos acontecem na mesma data, sem importar com os gastos e o tempo perdido.
Desta forma nós brasileiros nos mantemos na ativa e permanentemente respirando os ares de plena democracia.
Sei que a eleição não é uma invenção nossa, mas de uma coisa eu tenho certeza foi adotada como uma instituição nacional.
Nas eleições acontece de tudo, marqueteiros esquecem de projetar propaganda para empreendimentos comerciais e atiram-se de corpo e alma na missão de criar campanhas com fins eleitorais. Surgem os cabos eleitorais alguns profissionais e outros nem tanto.
Os “mordedores” ressuscitam e multiplicam-se de forma geométrica, vivendo momentos de glória e passagens inesquecíveis. Alguns outros inimigos do trabalho, em época de campanha eleitoral transformam-se em verdadeiras formigas, fazem buracos nas estradas levando mensagens de alento, de esperança, e distribuindo “santinhos” dos seus escolhidos. Falando em escolhas aí a história complica-se, pois poucos usam formas adequadas para definir o voto, tais como capacidade, honestidade, espírito público, outros tantos usam formulas pouco convencionais na escolha dos representantes ou futuros administradores dos bens públicos, são avaliados os laços de amizade, de parentesco, beleza do candidato, se fala bem ou não (demagogia pesa muito).
Não pode ser esquecida a questão do peso econômico do candidato e muitas vezes resolve a sua capacidade de distribuição de benesses através da doação de material de construção, pagamento de passagens rodoviárias, isto em nível municipal, em outros níveis deve acontecer até passagem de avião. A verdade é que nesta época tem força uma verdadeira distribuição de renda.
As promessas, quanta promessa, prometer é o verbo do momento, são prometidos empregos, muito trabalho, honestidade, enfim a solução dos problemas como um passe de mágica.
Algo que cresce de forma espantosa é a “baixaria”, tomam vulto a criação de boatos, as acusações desairosas entre os adversários e o que pouco aparece são os planos de governo, os projetos viáveis. Enfim as campanhas não todas é claro, e nem para todos, são transformadas em verdadeiras festas, a diversidade culinária é espantosa, são degustados pratos requintados, churrascos, feijoadas, peixadas de peixe e também algumas batidas de carros nestas andanças, pão com lingüiça, carreteiro e a mais popular galinha com arroz, tudo sempre regado por cervejadas e discursos candentes.
Dito tudo isto, ficam no ar muitas dúvidas e algumas perguntas. Serão estes os motivos para tantas administrações desastrosas? Para tantos atos de corrupção como roubos e desvios de verbas públicas? Para tantos estados e municípios em situação préfalimentar? Para tanta falta de parcimônia ou desleixo com o trato da coisa pública? Não sei, mas de uma coisa tenho convicção, se no Brasil tivéssemos verdadeiros partidos políticos com programas sérios, definidos, e ainda, todos nós brasileiros fazendo do voto uma arma, valorizando-o e entregando-o após um estudo muito sério da vida pregresso e a atual do candidato, visando sempre o bem estar da população, tudo seria mais fácil e a solução dos nossos problemas aconteceriam com maior rapidez.
Artigo publicado em 29/02/2008