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Ensaio 09/08/2024

Cansamos de ouvir opiniões, pareceres, de pessoas abalizadas, onde afirmam, que a educação tem o poder, a condição de resolver os problemas vivenciadas por nós brasileiros.
A educação abre horizontes, capacitam as pessoas, tornandoas altamente produtivas, livres de estigma da ignorância.
A UNESCO, é um órgão da ONU voltado para educação, ciência e cultura, o mesmo realizou um relatório sobre a educação no Brasil, apresentando os seguintes dados: A média mundial de repetência no Ensino Fundamental é de 2,9%, no Brasil 18,7%.
O abandono escolar no primeiro ano da educação básica tem em média 2,2%, aqui chega a 13,8%. O percentual de crianças que ultrapassa o quinto ano, apresenta índices baixíssimos, como consequência da repetência e evasão.
Em relação especifica à qualidade do ensino a UNESCO aponta entre as causas a precariedade da estrutura física das escolas e o número baixo de horas em sala de aula. Quando a carga horária recomendada é de seis horas diárias no mínimo, os estudantes brasileiros do Ensino Fundamental têm 4,5 horas e os do Ensino Médio, 4,3 horas. No ranking que mede o índice de desenvolvimento da educação no mundo e que levou em conta a situação de 128 países, o Brasil ficou relegado ao triste 88ª lugar. Neste ranking que é liderado pela Noruega, o Brasil está atrás de países como Honduras, Equador e Paraguai, por exemplo, e muito atrás de Cuba, Argentina e Uruguai.
A questão da qualidade não se resume apenas a uma opção por mais investimentos no aperfeiçoamento das condições materiais das escolas, no processo de avaliação ou na melhoria significativa dos salários dos docentes, deve sim ser o principal desafio, o de colocar a nossa educação no mesmo nível de países como Noruega e Cuba.
O problema, ou os problemas não param por aí, especialistas em mercado de trabalho afirmam que o Brasil está vivendo uma situação paradoxal, com muitas vagas e poucos candidatos para preenchê-los. O problema é bem ilustrado pelos números quando eles apontam que temos 8,6 milhões de desempregados e precisamos qualificar urgentemente 3 milhões de trabalhadores para ocupar as vagas que já estão surgindo.
Com a perspectiva de o país crescer entre 5% à 6% neste ano de 2010, diversos setores da economia já estão preparando uma ofensiva em busca de candidatos bem preparados, a alternativa é formá-los no próprio local de trabalho, o que aumenta em muito o custo das empresas, fazendo com que o retorno do investimento demore ou seja incerto.
O resumo desse dilema é que, sim, há milhões de desempregados no Brasil e sobram vagas para quem tiver a qualificação necessária. Torna-se urgente uma atenção especial para o ensino profissionalizante, bem como é preciso repensar o ensino médio, que é o fornecedor de alunos despreparados para os desafios do ensino superior.
Enquanto isto, falando especificamente do que está ocorrendo aqui no Rio Grande do Sul, as nossas escolas técnicas públicas lutam com grandes dificuldades operacionais pelo sucateamento do material usado no ensino, pela carência crônica de verbas e o desestímulo dos professores da área com os baixos salários.
 
Artigo publicado em 29/01/2010

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