COLUNISTAS
Precisamos mudar 23/08/2024
Este Brasil que todos nós achamos que é nosso, mas que somente achamos. Na verdade o povo, aquele que trabalha, que produz, que paga imposto, que move a máquina diuturnamente, está sendo enganado, ludibriado.
O tempo que estamos sendo espoliados vergonhosamente é difícil de precisar, mas quem afirmar que este processo iniciou lá pelo ano de 1500, nunca vai ser desmentido, pois os primeiros moradores desta terra, os índios, “de cara” foram logrados, surrupiados com porcarias chamadas miçangas e outras drogas sem valor, até chegarem aos dias atuais, quando tiveram a posição de proprietários trocada pela situação de miséria em que vivem.
Passaram anos, séculos, vivemos sob o tacão de reis, conhecemos outras formas de governo, como presidencialismo, breves momentos de parlamentarismo, ditaduras e sonhamos sempre com uma democracia plena.
Infelizmente o nosso atraso cultural, ocasionado por uma péssima educação, tem permitido que votemos mal pela falta de discernimento e sejam eleitos, com poucas mas gratas exceções uma minoria de pessoas honestas e bem intencionadas, que fatalmente será esmagada por uma maioria cujo foco é locupletar-se, criando leis específicas para a criação de privilégios para poucos em detrimento do todo.
Esta é a verdade atual do Brasil, até parece que fazer política deixou de ser um ato de amor ao país e ao seu povo, para transformar-se em uma competição entre “os vivos”, onde impera a capacidade e o tato para enganar, iludir com projetos fantasiosos e palavras fáceis.
Assim criou-se esta situação de vergonha e deu asas para a promiscuidade entre poder público e prestadores de serviços e a falta de ética, de moral, abriu os braços e afagou todos os desvios de conduta que adonaram-se da política nacional.
Os partidos políticos que deveriam ser os esteios de uma democracia sólida e com os olhos voltados para o bem da população, também com raras e gratas exceções, se é que existem, fogem das suas finalidades e transformaram-se em verdadeiros “balcões de negócios escusos”, consagrando o conhecido “toma lá, dá cá” e sendo o epicentro da criação de privilégios para determinadas classes.
O nosso Rio Grande do Sul, o antes pujante Estado, hoje também está mal das pernas, com a economia em frangalhos e o pior de tudo é que não enxergamos medidas concretas para a solução do problema.
Sabemos que procurar culpados é o mesmo que secar gelo, mas deixar como está não vai resolver, é preciso sim ações efetivas, tais como combate a sonegação, regramento nos incentivos fiscais, diminuição do tamanho do Estado com aprimoramento no exercício das suas funções.
Muito importante também é que os governos tenham uma visão de longo prazo na administração pública, olhando a autonomia econômica e a social garantindo um crescimento gradual e duradouro.
O grande mal é que os governos que se instalam apresentam programas com prazo de validade, 4 anos. Essa perspectiva demonstra claramente que findo este prazo, tudo começa como se nada houvesse sido feito. Isso não é bom, nem para a economia, nem para as atividades ditas essenciais, como saúde, educação, segurança e produção.
É importante ainda a participação de todos na política, com a exigência de que aconteçam mudanças profundas com capacidade de coibir a corrupção e fazer da atuação política um ato de amor e um sacerdócio voltado para o bem de todos.
Artigo publicado em 27/05/2016