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Folclore parte II 30/08/2024
É muita rica a cultura gaúcha e seu folclore. São inúmeros os aspectos que tornam o folclore gaúcho conhecido mundialmente, assim como faz dele um diferencial dentro do panorama cultural nacional. As manifestações populares da cultura sulriograndense denotam de tempos antigos, os quais referendam a formação do povo gaúcho e seu território. Haja vista que estes fatores acabaram por influenciar a tradição gaúcha transmitida ao longo de gerações.
A começar pelo próprio nome da província que recebeu o batismo de Província de São Pedro, em homenagem ao santo católico, que em junho é celebrada a data em 29, fazendo parte dos festejos juninos. Herança cultural dos açorianos que foram os primeiros colonizadores da província, e contribuíram com as festas juninas, festas religiosas do mês de junho. Hoje em dia nossas festas juninas que Paixão Côrtes escreve a respeito deste tema em seu livro Festas Juninas gaúchas.
Nestas festas de junho temos as fogueiras que são acesas nos respectivos dias: 13 dia de santo Antônio, dia 24 dia de são João e 29 São Pedro e São Paulo. Cada uma tem um formato diferente. Começando por Santo Antônio o santo casamenteiro, e também para este santo são feitas simpatias e promessas em busca de casamentos, rituais estes que fazem parte do folclore gaúcho.
Outro marco inicial é o tropeirismo que se caracterizou por uma atividade de suma importância para o desenvolvimento do sul do Brasil e que através dele o a então província de São Pedro se desenvolveu cultural e economicamente por meio deste continuado movimento de mercadorias comercializadas com o centro do País, mais precisamente São Paulo, na região de Sorocaba. Os tropeiros transmitiram para gerações que até hoje cultuam a tradição gaúcha, o estilo de acampamento, como forma de moradia ao longo dos caminhos de tropeadas. Inclusive mais tarde estes acampamentos que inicialmente servia apenas para o pouso, acabaram se transformando em paragens com pequenos galpões e na sequência surgiam outros galpões e residências e por fim os povoados, vilas e cidades. Os usos e costumes dos tropeiros como café de chaleira, arroz carreteiro, churrasco, passaram a ser usados pelo povo gaúcho numa tradição transmitida de geração a geração.
A fora isso a formação do povo desta província sofreu a influência de outros povos sendo estes: Os indígenas que aqui já habitavam e contribuíram com sua cultura, usos e costumes, um eles o mais conhecido é o costume de tomar chimarrão que na verdade os índios o faziam com o preparo da folha da erva-mate; dos Jesuítas que vieram com a missão da catequização do povo indígena, foi herdada a organização das estâncias, conhecidas propriedades rurais no restante do país como fazendas.
O gaúcho gaudério que era um indivíduo que não tinha paradeiro fixo, vivia de estância em estância fazendo trabalhos por tarefas, chamados de changas (trabalhos pequenos) e assim eram os changueadores. Eram exímios cavaleiros e sabiam lidar com o gado com muita habilidade principalmente com o laço e boleadeiras, daí surge a contribuição para o folclore deste tipo de atividade.
Outras contribuições por conta das etnias da formação do gaúcho tiveram origem nos imigrantes europeus que colonizaram o território hoje conhecido como Estado do Rio do Sul.
Por Cesar Tomazzini
Fonte: Estudos Rio Grandenses, Geografia, História e Folclore
Lendas do Sul: Simões Lopes Neto.
Festas Juninas Gaúchas - Paixão Côrtes.
Rio Grande do Sul, prazer em conhecê-lo - Barbosa Lessa