COLUNISTAS
A premiada... fui eu! - 13/09/2024
Todos falamos ou ouvimos falar sobre golpes. Golpe do pix, da troca de cartão, do conto do bilhete, do falso empréstimo, do roubo do celular, que a aposentadoria foi deferida e por aí vai. Golpes por telefone, por mensagens de whatsapp e invasão das redes sociais.
A premiada da vez fui eu. Nos últimos dias tenho enfrentado problemas sérios uma vez que minha conta do Instagram foi invadida por hackers que trocaram meu e-mail e telefone, impossibilitando a recuperação do perfil. Todos que me acompanham sabe que utilizo as redes sociais basicamente para alguma postagem pessoal, da família e dos filhos, mas principalmente para informações profissionais da advocacia: novas leis, novos entendimentos, jurisprudências, últimas decisões de determinados assuntos, especialmente sobre o Direito de Família, a minha especialidade e, também a rede serve como um canal de comunicação com meus clientes.
Pois bem, uma vez tendo minha conta hackeada, postagens em meus stories tornaram-se constantes, desde o dia 26.08. As postagens basicamente são de doações de móveis e eletrodomésticos. Sim! Estaria eu doando móveis de uma prima que teria ido morar no exterior. Quem se interessa pelas doações (geladeira, sofá, fogões e penteadeiras, todos de ótima qualidade, diga-se de passagem) e manda mensagem, imediatamente recebe como resposta um número de pix e o valor para o pagamento do frete, a fim de enviarem a mercadoria para o endereço do adquirente. O valor do frete varia entre R$ 500,00 a R$ 1.000,00, bastante atrativo levando em consideração a qualidade dos móveis que seriam “doados”.
O que me intriga, além de, é claro, da possibilidade de ver algum seguidor do meu perfil cair no golpe e realizar depósitos ou pix de algum valor pensando realmente ser eu, é o fato de que, entre as postagens das doações, são publicadas imagens que eu estaria trabalhando em um fórum de alguma comarca vizinha, em determinado dia da semana, o que não é verídico. Isso, com certeza, dá mais veracidade de que seria eu mesma que estaria doando referidos móveis e pedindo dinheiro para o frete, pois realmente é bastante comum eu estar em locais como fórum e justiça federal mas, desde que tive a minha conta do Instagram invadida, não estive em nenhum dos locais que está sendo postado, fora da cidade.
Além disso, o curioso é que solicitei que familiares postassem em seus perfis alertando que minha conta tinha sido hackeada, que eu não estava vendendo ou doando nada e que não é para realizar qualquer depósito e, surpreendentemente, esses familiares que postaram, a meu pedido, receberam ameaças para que apagassem a postagem de alerta sob pena de serem hackeados também.
. Obviamente que temo ter minha profissão prejudicada, dependendo do que vem nas publicações e postagens, as quais estão fora do meu controle, até hoje. Claro que registrei um Boletim de Ocorrência, a fim de me precaver sobre qualquer responsabilidade por depósitos indevidos de alguém que, por ventura, caia no golpe e, obviamente, que já acionei a justiça (com o já deferimento de tutela de urgência e audiência marcada) chamando o Instagram para que restabeleça a minha conta, a fim de cessar essas postagens inverídicas e imbuídas de má-fé, em meu nome.
Mas ficam algumas indagações: a que ponto chegam essas pessoas? A internet é uma terra sem lei? Quem são esses hackers? Como fazer com que se responsabilizem e que sejam criminalmente processados e condenados?
Quer dizer, alguém invade tua rede social, altera e-mail, usuário e telefone a fim de dificultar a recuperação da conta, possui acesso a todas as mensagens que o usuário tem, tanto de cunho pessoal como profissional, e a rede social por sua vez, quando provocada a fim prestar informações sobre a invasão da conta, não responde, nem por contato telefônico, nem por e-mail para o suporte e, quando seguido os passos que a plataforma indica para reclamação, não soluciona o problema.
Sabemos que as redes sociais Instagram/Facebook, têm a responsabilidade objetiva pelas invasões, pois nós somos os consumidores da plataforma que é administrada por eles. Quem tem o dever de cuidar da conta do usuário é o administrador, pois ele é o responsável pelo armazenamento, divulgação e manutenção dos dados da rede social que nós utilizamos.
Contudo, no meu caso, seguimos aguardando os últimos desfechos ou, o que é pior, as últimas postagens, até a solução do problema.
Oremos!