COLUNISTAS
Ainda sobre a reconstrução - 13/09/2024
Em maio, o presidente da República, no contexto do desastre das enchentes que se abateram sobre nós, criou a Secretaria para Apoio da Reconstrução do Rio Grande, com status de ministério. Lula então nomeou o petista Paulo Pimenta para comandar a tal “reconstrução”. Durante a semana, no entanto, a Secretaria perdeu seu status de ministério e passou a ser uma estrutura vinculada à Casa Civil do governo federal. Pimenta, por sua vez, retornou à titularidade da Secretaria de Comunicação da presidência. Relembre-se que o petista é candidato a alguma coisa por aqui nas próximas eleições.
Ao criar essa secretaria, Lula desejava ter um homem seu no terreno e que garantisse visibilidade para a ajuda que o governo federal daria para a reconstrução da parte do nosso estado atingida pelas enxurradas. O presidente veio várias vezes ao Rio Grande do Sul prometer muita coisa, principalmente a liberação de milhões em recursos para infraestrutura e para os flagelados. Mas a realidade se mostrou diversa. Até mesmo o governador Eduardo Leite, que mantém boas relações com o petista, reclamou publicamente e diversas vezes que não estávamos sendo tratados como merecíamos e que os recursos não chegavam. Lula prometeu muito, mas entregou pouco até agora.
A criação dessa Secretaria da Reconstrução a partir de uma Medida Provisória foi, na verdade, um lance de marketing para dizer que o governo federal iria fazer alguma coisa aqui pelo estado. E para impedir que o governador e mesmo os prefeitos ficassem com todos os louros da reconstrução. No fim, não parece haver louros para ninguém porque o estado ainda não foi completamente reconstruído, há muitas famílias à espera das novas casas prometidas e as empresas atingidas, firmas que geram empregos, foram muito pouco assistidas. E à medida que nos afastamos do marco do desastre, o tema da reconstrução parece perder força, como se tudo já tivesse retornado à normalidade.