COLUNISTAS
Democracia brasileira - 20/09/2024
Até chegarmos às democracias atuais, usadas por inúmeros povos, as civilizações sofreram através dos anos inúmeras transformações no modo de convivência.
No início de tudo mandava o mais forte, era um instinto animal e o poder era conquistado pela força.
Passaram os anos e o homem entendeu que poderia, que possuía condições para diferenciar-se dos outros habitantes da terra, para tanto bastaria usar a inteligência, a racionalidade, pois os outros eram regidos por instintos.
Desta forma usando a inteligência, o homem criou a denominação de seres racionais e seres irracionais e logicamente que colocou-se na classificação dos racionais, aqueles que raciocinam, que tiram conclusões.
Partindo deste pressuposto o homem paulatinamente procurou organizar- se, primeiramente nômade e um vegetariano por excelência. Concluiu que pelo aumento populacional tornavase necessária a fixação em algum local, surgindo assim as primeiras aldeias e as futuras cidades.
Como tudo no início são flores, foram surgindo os problemas, o primeiro deles foi alimentar esta gente que aumentava de número sem parar, e alguém usando a inteligência achou a solução, vamos explorar os irracionais.
Domesticaram, ou melhor, ensinaram a base de maus tratos, algumas espécies de animais, ou seres irracionais, a conviver com a espécie humana e sem volta tornaram-se seus dependentes. O problema temporariamente esteve resolvido, alimentavam-se do leite dos mamíferos e dos ovos das aves.
O problema continuava sendo a alimentação, eis que novamente o raciocínio volta a funcionar, o homem controla o fogo e passa a alimentar-se de carne, e torna-se um ser onívoro, ou seja, alimentava-se tanto de vegetais como de proteína de origem animal. Desta forma ficou complicada a vida dos seres irracionais que passaram a ser abatidos e consumidos sem dó e nem piedade.
Resolvido o problema alimentar necessário se fazia criar normas de convivência e aquela velha regra de mandar o mais forte, o que era medido pela força física e uma característica dos irracionais, deveria também sofrer melhorias, juntaram então a força com a inteligência.
Da formatação acima criada, nasceu a figura do monarca, aquele que administrava, criava leis, decidia quem tinha razão nas pendengas e, logicamente não consultava o povo. Resolvido os problemas, alimentação e convivência, a população dos racionais aumentava sem limites e surgia a escassez de mão de obra.
Uma nova e brilhante ideia acaba de nascer, vamos criar armas, inventar guerras e escravizar os mais fracos.
Assim passaram os anos, os monarcas aumentavam impostos, criavam privilégios para eles e para seus asseclas. Acontece que o povo já mostrava sinais de inquietação, de discordância com a situação de muito para poucos e pouco para muitos.
Falou mais alto a inteligência e, como reação foram criados os parlamentos o que de certa forma dava voz ao povo. Assim os monarcas administravam, mas perdiam o poder de criar leis e impostos, o que ficou então ao cargo dos parlamentares.
Os dias passaram, foram acontecendo aperfeiçoamentos através de algumas guerras, até chegarmos a votação pelo povo para a eleição dos parlamentares, cuja ideia era tê-los como representantes diretos na solução dos anseios da população.
Desta etapa até chegarmos a divisão dos Poderes, em Executivo, Judiciário e Legislativo, foi mais rápido, como ficou definido também suas funções. Após foi muito fácil montar o que hoje denominamos Democracia.
Tenho plena convicção que o sistema democrático é realmente o melhor, mas principalmente aqui neste nosso Brasil necessário se faz que aconteçam aperfeiçoamentos e permitam aparticipação efetiva do povo.
Através dos anos, nossa jovem democracia sofreu mudanças que fogem da sua real finalidade, criando discrepâncias, tais como o corporativismo de certos segmentos, aos quais possibilitam a criação de privilégios absurdos para poucos em detrimento da maioria.
Desta forma é importante que os governantes do hoje e os do futuro atentem para os exemplos que a história nos dá, e briguem, lutem para que a nossa democracia sofra as correções necessárias, e seja evitado reações por parte do povo que possibilitem a extinção do sistema em que estamos vivendo, com o surgimento de outras formas de governar, antes experimentadas e todasdeixaram como recordação terríveis lembranças.
Vamos fazer da política um ato de servir e nunca servir-se da política para benefícios próprios ou de grupos.