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O nosso vinte de setembro (uma breve, mas de muito orgulho, explanação) - 20/09/2024
A Revolução Farroupilha, relembrada e reverenciada como data histórica em nossa Estado, no dia 20 de Setembro, também conhecida como Guerra dos Farrapos, foi um dos mais longos e significativos conflitos regionais do Brasil, ocorrendo entre 1835 e 1845 na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Este movimento deu ênfase a um caráter republicano e separatista, liderado principalmente por estancieiros e charqueadores, pois a economia na época, era baseada na pecuária e produção do charque, exportado para outras províncias e países vizinhos, insatisfeitos com a política fiscal do governo imperial.
Ocorreu em um período de grande instabilidade no Brasil, logo após a abdicação de Dom Pedro I em 1831 e durante a regência que governou até a maioridade de Dom Pedro II. Esse período foi marcado por várias revoltas regionais, refletindo o descontentamento com a centralização do poder no Rio de Janeiro.
A revolução, como sabemos teve início em 20 de setembro de 1835, quando os rebeldes tomaram Porto Alegre. Em 1836, foi proclamada a República Rio-Grandense, com Bento Gonçalves sendo presidente. A guerra se estendeu por dez anos, com batalhas importantes como a de Seival e a de Fanfa.
A Batalha de Seival
Em início de Setembro, houve o deslocamento das tropas até a região do arroio Seival, onde hoje pertence a cidade de Candiota, e lá estava João da Silva Tavares, comandante imperial e estava com uma grande tropa por ali vinda do Uruguai. Contava com 560 homens acampados num rincão a foz do Seival. A tropa de Netto (comandada por Bento Gonçalves), estava próxima tropa Imperial, localizando-se ao lado oposto do arroio.
Na manhã de 10 de setembro de 1836, as duas tropas se encontram, estando a imperial de Tavares no alto da coxilha, em maior número e melhor posição. A do farroupilha Netto, estava na várzea, terreno úmido e em menor número.
As tropas imperiais desceram a coxilha e as as farroupilhas vinham debaixo e se encontraram. Logo, houve disparo de as armas de fogo, partindo em seguida para as espadas e lanças. Reza nos registros históricos, que no meio da batalha há uma frase do Netto onde ele menciona: Camaradas, não quero ouvir um tiro! Seja a carga à espada e à lança!
Inicialmente houve uma vantagem dos imperiais na batalha pois estavam em melhor posição e maior número de soltados. Mas de forma bravia, os farroupilhas seguiram peleando.
A Batalha do Fanfa
Em 3 de Outubro de 1836 as forças imperiais fecharam o cerco por terra. A tropa Farroupilha resistiu aos soldados que tentavam atravessar de uma margem a outra e acabaram por negociar um acordo onde os farrapos entregariam as armas e voltariam livres para suas casas.
Em 4 de outubro formalizou-se a capitulação. Alguns muito revoltados jogaram suas armas no rio, ao invés de entregá-las aos imperiais. No momento em que confraternizavam as tropas, chega Araújo Ribeiro, ordenando de imediato, a prisão dos farrapos, desprevenidos e desarmados, não aceitando o acordo. Entre os presos estava Bento Gonçalves seus homens de confiança e outros nomes de importância na batalha.
Por esse motivo, além de ser conhecido como a derrota do Fanfa, o episódio é também chamado de traição do Fanfa.
LEGADO
A Revolução Farroupilha deixou um legado cultural significativo no Rio Grande do Sul. As tradições gaúchas, como a música, a dança e a culinária, foram fortemente influenciadas pelo espírito farroupilha. Embora a revolta tenha terminado com a vitória militar do Império, os farroupilhas conseguiram importantes concessões políticas, como a redução dos impostos sobre o charque e a anistia para os rebeldes.
Alguns dos nomes importantes dessa épica ocasião:
•Bento Gonçalves da Silva: Líder principal e presidente da República Rio-Grandense.
•Giuseppe Garibaldi: Revolucionário italiano que trouxe experiência militar e ajudou na expansão do movimento.
•David Canabarro: Comandante militar que teve papel crucial em várias batalhas.
•Antônio de Sousa Neto: Proclamou a República Rio-Grandense e foi um dos principais líderes militares.
Que as gerações vindouras, jamais esquecem da rica história deste Estado, e, da grande Batalha que foi a Revolução Farroupilha, e ainda, que mantenham viva, a chama criada na coragem desses grande homens.
“Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra”