COLUNISTAS

11/10/2024

VITÓRIA DO EXECUTIVO: O TRIUNFO 
DO PP E A FORÇA DAS ALIANÇAS
As eleições municipais de 2024 em Lagoa Vermelha destacaram o Progressistas (PP), que conquistou a Prefeitura com Eloir Morona, tendo Alessandro Muliterno (Podemos) como vice. A campanha de Morona, voltada para a modernização da gestão pública e a criação de novas oportunidades, foi bem recebida por eleitores que buscavam uma abordagem pragmática e focada no desenvolvimento econômico. O PP, tradicionalmente forte na cidade, conseguiu capitalizar essa expectativa de mudança ao mesmo tempo que manteve uma base de apoio sólida, garantindo uma vitória significativa no pleito.
Eloir Morona recebeu 8.549 votos (representando 55,75% dos votos válidos), destacando-se à frente dos demais candidatos. Getulio Cerioli (PDT) foi o segundo colocado, com 3.662 votos (23,88%), seguido de Alaor Scariot (PT), que somou 2.824 votos (18,42%). Marcelo Mezzomo (Republicanos) obteve 300 votos (1,96%), ficando em quarto lugar e distante dos demais candidatos.
A aliança com o Podemos se mostrou estratégica para Eloir Morona, ampliando seu alcance entre eleitores que ansiavam por renovação e uma nova forma de gestão. A sinergia entre o PP e o Podemos foi fundamental para criar uma proposta que equilibrou a continuidade administrativa com uma promessa de inovação.
 
CANDIDATOS DERROTADOS: 
AS PROMESSAS DE RENOVAÇÃO 
QUE NÃO AVANÇARAM
Entre os candidatos derrotados, destaca-se Alaor Scariot (PT), que concorria com Rangel Guedes (PSB) como vice. Sua campanha foi marcada por um discurso forte em defesa dos trabalhadores e pelo compromisso com a inclusão social. No entanto, o PT, que já enfrentava desafios em se conectar com o eleitorado mais conservador da cidade, não conseguiu ampliar sua base de apoio. A promessa de fortalecimento dos serviços públicos não ressoou o suficiente para superar as expectativas de mudança representadas pelo PP.
Getulio Cerioli (PDT), ao lado de Silvana Luvison (MDB), também não obteve sucesso. Cerioli, com a experiência de ter governado a cidade anteriormente, apostou em um discurso de continuidade, destacando seu histórico de realizações. Porém, sua proposta foi vista por muitos como uma opção menos inovadora, o que acabou desfavorecendo sua campanha em um cenário onde a população ansiava por novos rumos.
Marcelo Mezzomo (Republicanos) e sua vice Viviane da Saúde trouxeram uma proposta de renovação focada na saúde pública e na participação cidadã. Apesar de contar com uma chapa coerente e um discurso de mudança, a candidatura de Mezzomo não conseguiu atrair um número suficiente de eleitores para competir de forma equilibrada com os partidos tradicionais.
 
A FORÇA DO PP E DO PL NO LEGISLATIVO: CONSOLIDAÇÃO E CRESCIMENTO
A vitória do Progressistas (PP) não ficou restrita ao Executivo. No Legislativo, o PP também teve um desempenho expressivo, consolidando-se como o partido mais votado, com 4.336 votos para vereadores, o que representa 28,98% dos votos válidos (diferente dos votos para prefeito, que somaram 8.549 votos). Esse resultado garantiu ao PP um número significativo de cadeiras na Câmara de Vereadores, fortalecendo ainda mais sua posição na política local. A presença forte do partido no Legislativo deve facilitar a implementação das propostas do novo prefeito, já que o alinhamento com o Executivo pode permitir maior fluidez nas discussões e aprovações de projetos.
O Partido Liberal (PL) também se destacou na corrida para a Câmara de Vereadores, sendo o segundo partido mais votado, com 3.242 votos (21,69%). Esse desempenho diz respeito à votação para os candidatos a vereador, não devendo ser confundido com a votação para prefeito. O PL conseguiu aumentar sua representatividade no Legislativo, captando eleitores que se identificam com um discurso de transparência e foco nos resultados. A presença significativa do PL na Câmara trará um equilíbrio importante nas discussões, garantindo que o debate político não fique centralizado em um único grupo e trazendo uma perspectiva de diálogo entre as principais forças políticas da cidade.
 
A QUEDA DE REPRESENTATIVIDADE 
DOS PARTIDOS TRADICIONAIS
Apesar do desempenho expressivo do PP e do crescimento do PL, o Partido dos Trabalhadores (PT), o PDT e o próprio MDB apresentaram um desempenho abaixo do esperado no Legislativo, em contraste com os números da disputa para o Executivo. Juntos, esses partidos tradicionais não conseguiram acompanhar a movimentação dos eleitores em direção a uma gestão mais voltada para o desenvolvimento econômico e para novas formas de administração.
O PT e PCdoB, que somaram 1.297 votos para o Legislativo, ficaram com 8,67% dos votos válidos, demonstrando dificuldades em se expandir além de sua base tradicional de eleitores. A aposta em um discurso voltado à inclusão social não foi suficiente para atrair o eleitorado em um cenário de forte concorrência.
O PDT, com 2.586 votos (17,28%), obteve uma presença relevante, mas não alcançou o mesmo protagonismo de eleições passadas. A candidatura de Getulio Cerioli ao Executivo foi impactada por uma percepção de continuidade que não atraiu o desejo de mudança do eleitorado.
O MDB, por sua vez, ficou com 644 votos (4,31%) no Legislativo, refletindo a dificuldade do partido em se posicionar entre as opções de mudança e a continuidade.
 
CURIOSIDADES DO PLEITO: 
A DISTRIBUIÇÃO 
DOS VOTOS E A PARTICIPAÇÃO POPULAR
As eleições de 2024 para o Legislativo também trouxeram algumas curiosidades e números relevantes. Com 16.001 votos totais nas urnas de Lagoa Vermelha, 14.961 votos foram válidos para candidatos concorrentes, representando 94,83% do total. Além disso, 213 votos foram anulados sub judice, 190 votos nulos (1,19%), e 637 votos brancos (3,98%), mostrando que uma parcela do eleitorado ainda optou por não escolher nenhum dos candidatos.
Esse cenário de votos brancos e nulos reflete parte da insatisfação de alguns eleitores com as opções apresentadas, mas também demonstra um processo eleitoral competitivo em que cada voto teve peso significativo na definição dos novos representantes.
 
ANULADOS SUB JUDICE: ENTENDA 
OS VOTOS E CANDIDATOS AFETADOS
Durante as eleições municipais de 2024 em Lagoa Vermelha, um dos pontos que chamou atenção foi o número de votos anulados sub judice, que totalizou 213 votos para a Câmara de Vereadores. Esses votos referem-se a situações em que a validade da candidatura ou a aptidão do candidato está sendo questionada judicialmente, o que significa que os votos recebidos por esses candidatos não foram considerados válidos até que haja uma decisão definitiva da Justiça Eleitoral.
No pleito deste ano, os seguintes candidatos tiveram votos anulados sub judice:
Vera Lúcia Oliveira Pereira (Republicanos) - Número de votos: 65. Motivo: A candidatura de Vera Lúcia Oliveira Pereira teve sua situação contestada, o que resultou na anulação de seus votos até o desfecho do processo judicial.
Paulo Andrade (MDB) - Número de votos: 138. Motivo: A candidatura de Paulo Andrade também enfrenta pendências judiciais, levando à anulação dos votos até que a situação seja resolvida pela Justiça Eleitoral. Ambos não obtiveram votos suficientes para se eleger, mesmo assim.
Esses casos de anulação sub judice envolvem questões como problemas de documentação, pendências judiciais ou descumprimento de requisitos legais para a candidatura. Os votos só serão considerados válidos caso os candidatos consigam reverter as decisões na Justiça Eleitoral. O impacto desses votos anulados sub judice poderia ser significativo, especialmente em disputas acirradas, onde cada voto pode fazer diferença na composição das vagas no Legislativo. Não é o caso em Lagoa Vermelha.
 
IMPACTOS DA COMPOSIÇÃO DA 
CÂMARA NA GESTÃO: DESAFIOS 
E OPORTUNIDADES
A composição da Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha em 2024, marcada pela forte presença do Progressistas (PP) e pelo desempenho expressivo do Partido Liberal (PL), cria um cenário político que impactará diretamente a gestão do Executivo liderado por Eloir Morona (PP). Esse alinhamento pode resultar em uma tramitação mais ágil para projetos que são prioridades da nova gestão, como a modernização da administração pública, a criação de um parque industrial e as parcerias público-privadas para atração de investimentos.
A presença significativa do PL na Câmara sugere que o partido poderá atuar como uma força de fiscalização das ações do Executivo, promovendo debates e análises mais aprofundadas sobre os projetos apresentados. Essa dinâmica pode garantir maior transparência e responsabilidade na gestão pública.
Já a oposição, composta por partidos como o PDT e o PT, poderá exigir mais debate e negociação para a aprovação de medidas mais complexas. Isso cria um ambiente de diálogo que pode fortalecer as políticas públicas, garantindo que elas sejam mais amadurecidas antes de serem implementadas.
 
UMA GESTÃO COM POTENCIAL E DESAFIOS
Com a vitória do PP, que recebeu 8.549 votos na eleição para prefeito, e uma forte base no Legislativo, Lagoa Vermelha entra em uma nova fase política, onde a expectativa é que a administração de Eloir Morona seja capaz de implementar as promessas de campanha voltadas ao crescimento econômico e à melhoria dos serviços públicos. O sucesso dessa nova fase dependerá, em grande parte, da habilidade do Executivo em construir consensos e liderar a cidade com transparência e compromisso, garantindo que os interesses de todos os cidadãos sejam considerados.
A população acompanhará de perto os próximos passos, esperando que o equilíbrio entre experiência e inovação se traduza em resultados concretos para o desenvolvimento de Lagoa Vermelha, seja na administração direta do Executivo, seja na interação com a nova composição da Câmara de Vereadores.

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