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Gaúcho pêlo-duro 18/10/2024
É um termo espanhol, usado para designar a miscigenação do índio com o branco, tanto pelo espanhol como pelo português.
Ocorreu na faixa pampeana que cobre Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, os índios minuanos e charruas principalmente as índias, que em alguns casos eram atraídas por artefatos fabricados pelos brancos, as índias adoravam espelhos, pentes, roupas, calçados e, como não tinham dinheiro, trocavam por sexo.
Dessa mistura nasceu o mestiço com o cabelo grosso e eriçado, que foi chamado de Pêlo-Duro. Termo que foi sendo deteriorado como sinônimo de gaúcho grosso, rude, sem educação.
Na verdade o gaúcho trouxe a índole charrua ou minuana, que é de ser solitário, andarilho, andarejo que andava pelos campos, ora com uma viola atravessada o que causou com o tempo o ditado nas estâncias de quem tocava violão era vagabundo.
Sem se dar conta de tais discriminações, de que o violão ou a viola, era um artefato do branco que o índio adotou, como ser cavaleiro e ir onde o gado está.
Pois o cavalo e o gado também foi uma introdução do branco em terras do Brasil.
O gado vacum chegou aqui pelos jesuítas lá pelos meados de 1634.
Com a chegada do aramado, as cercas impediram o gaúcho de andar solto pelos campos, ficando ali e aqui sem eira nem beira, achegado em estâncias, dormindo ao relento, matando ovelha e deixando os restos no campo.
Pois foi as cercas que fizeram ele se achegar nas estâncias e aceitar ser peão, pois continuava a estar junto de quem gostava, o cavalo e o gado. A noitinha, lá no galpão pegava seu violão e cantava para a lua.
Esse é o Pêlo-Duro, uma palavra conjunta, que forma o gaúcho mestiço, pregado na terra com capim, não sabe gostar de outra coisa, se tirado do campo, fica triste nas vilas e olha para o mato e o campo sentindo uma saudade sem tamanho.
Fonte: Professor Beraldo Lopes Figueiredo