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Parem o mundo, quero descer 01/11/2024

Falar sobre a violência que campeia mundo a fora é como enxugar gelo, entretanto, crimes abomináveis acontecem com mais frequência, inclusive aqui em nosso Estado, como essa tragédia de Novo Hamburgo, onde quatro pessoas perderam a vida e outros tantos restaram feridos.
Tiroteios, quebra-quebra, protestos, depredações tomam conta de grandes centros. A pergunta que fica é: será que em plena era do conhecimento e tanto progresso o homem ficou mais violento que em anos passados? Para muitos os fatores desencadeantes da violência são frutos da desigualdade social, do desemprego, da bebida e das drogas.
Verdade que valores sociais se perdem no tempo e muitos deles, importantíssimos, se corromperam ao longo dos anos. Não podemos esquecer que a história da nossa espécie está recheada de guerras, de atos de maldade, ambição e traições com requintes de crueldades.
Diante de momento tão conturbado como agora, lembro de uma passagem narrada por Nelson Pereira Neves em seu livro Alegria de Servir. Ao tomar conhecimento de momento tão complicado, difícil e perigoso sobre a situação mundial, um jovem, exaltado e quase fora de controle emocional, exclamou: “Por favor, parem o mundo que eu quero descer”.
Trata-se de um recurso de expressão do autor, evidentemente, mas é possível que muitos tenham desejo de ‘desembarcar’ do planeta em face dos graves acontecimentos da atualidade. Sabemos que o mundo não pode parar, ele obedece a uma lei da natureza. Os 8 bilhões que povoam o globo terrestre, mesmo ameaçados pela exasperada violência, têm que prosseguir sua viagem até o fim.
O mundo não vai parar, ao invés de pedirmos para descer, poderemos contribuir para melhorar as condições da viagem, e ela se tornará mais alegre para todos. De nada adianta nos apavorarmos, como de nada adiante querermos desertar. O mundo gira e nós giramos com ele, somos parte integrante do todo, somos passageiros.
 
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ESPERANÇA - Diante da impossibilidade de desembarque do planeta Terra, criemos coragem para enfrentar os momentos difíceis que a vida nos impõe, guardemos a esperança que nos conduz para o alto, que auxilia a desbravar caminhos para alcançar aquilo que desejamos. Sem essa expectativa a vida fica incolor, amarga e insípida. Vicente de Carvalho, poeta parnasiano, dizia que só a leve esperança, em toda a vida, disfarça a pena de viver. Sem a esperança perde-se a graça da vida. Então, sigamos nosso caminho com os olhos voltados para essa esperança.
 
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VICTOR HUGO - Celebrado romancista francês, disse “que todo número é zero perante o infinito. O inacessível unido ao impenetrável, o impenetrável unido ao inexplicável, o inexplicável unido ao incomensurável, eis o céu”. Pois é, todo homem deve olhar para o alto e apreciar o céu, ele é um compêndio que tem muito a ensinar. Ao contemplá-lo, quem sabe descobrimos a Verdade. No final, o abraço da semana, que vai para os amigos Dr. Carlos Alberto Campos e Juliano, o doutor dos mirtilos. É gente que lê a Folha

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