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José Dirceu: símbolo da impunidade 01/11/2024

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, durante a semana, golpeou mais uma vez os brasileiros na boca do estômago. É aquele soco sem defesa, que dói muito e que até a alma da gente sente. Estou me referindo aqui à anulação de todas as condenações por corrupção e outros crimes do ex-ministro José Dirceu. Na primeira instância esses processos foram julgados pelo juiz Sérgio Moro, que foi declarado parcial por Gilmar Mendes.
A verdade é que José Dirceu, o ex-todo poderoso ministro da Casa Civil de Lula, apontado como um dos chefões do esquema do mensalão e do petrolão, aquela maracutaia engendrada pelo PT e seus partidos aliados para saquear os cofres públicos e de estatais, há meses já vinha se beneficiando de perdões judiciais. Faltavam apenas esses últimos processos, que agora foram decididos a seu favor por Gilmar Mendes.
O resultado é que José Dirceu não é mais um político ficha suja e agora pode concorrer a qualquer cargo que desejar nas eleições de 2026. Cogita-se que irá ser candidato a deputado federal, cargo que foi cassado em 2005. É tudo muito vergonhoso. É como se estivéssemos regredindo e muito no combate à corrupção no país. O símbolo maior de toda a lama da era petista agora está efetivamente livre, leve e solto. E dando risada dos milhões de brasileiros que sabem muito bem o que ele fez nas últimas décadas.
Vivemos tempos tristes. De decisões monocráticas de ministros do STF que envergonham o país. Mas não há nada o que fazer; ou a quem recorrer. As chances de que o Plenário do STF revogue a decisão do ministro Gilmar é, pois, mínima. José Dirceu já pode explodir o seu champagne e brindar com o seu copo de destilado. A impunidade venceu. Aliás, tem vencido desde que decidiu-se destruir a operação Lava Jato, o símbolo do combate à roubalheira no país.

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