COLUNISTAS

Cresce número de casais sem filhos e de brasileiros que moram sozinhos, diz IBGE 01/11/2024

Uma mudança estrutural está em curso na sociedade brasileira, segundo dados do Censo 2022 divulgados no último dia 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com cada vez mais pessoas vivendo sozinhas e casais optando por não ter filhos. 
A porcentagem de domicílios em que vive apenas uma pessoa deu um salto significativo, passando de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022, em todas as faixas etárias e não mais apenas entre os idosos.
O mesmo ocorreu com a proporção de casais sem filhos: subiu para 16,1% para 20,2% no mesmo período de tempo. A porcentagem de todos os demais arranjos domiciliares caiu, revelando uma alteração cultural e social significativa.
O envelhecimento da população e a queda das taxas de natalidade têm profundos impactos socioeconômicos no País. O Brasil caminha para o fim do chamado bônus demográfico (quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é maior do que a de idosos e crianças, elevando as chances do País elevar o seu PIB).
Nesse período, entretanto, não conseguimos migrar de país de renda média para renda alta. Outra consequência será a crescente demanda sobre o poder público por maior estrutura de saúde, assistência social e de previdência para os grupos mais velhos.
“Essa mudança (no perfil das famílias) está relacionada a vários fatores”, afirma um dos coordenadores da pesquisa, Márcio Minamigushi. “O primeiro deles é o envelhecimento da população, mas há outros, como o fato de as pessoas estarem adiando o casamento ou mesmo optando por não se casar”, diz.
O IBGE considera quatro espécies de unidades domésticas: as unissociais: aquelas com apenas um morador; as nucleares: em que vive só um casal, um casal com filho (s) ou só uma pessoa com filho (s); as estendidas: onde existe a presença de algum outro membro da família, como neto (s), avó (s), genros e noras; e as compostas, onde vive também algum outro indivíduo que não seja da família.
Entre as quatro espécies de unidades domésticas, a mais frequente continua sendo a nuclear, que representa 64,1% do total, ante 66% no Censo anterior, de 2010. Na sequência, vem o tipo unipessoal (18,9%), que era de 12,2% na edição anterior. 
Ou seja, o único tipo de unidade doméstica que aumentou sua participação foi a unipessoal, além do número de casais sem filhos - englobados na nuclear. As maiores proporções de domicílios com apenas um morador foram registradas no Rio de Janeiro (23,4%), Rio Grande do Sul (22,3%) e Espírito Santo (20,6%), sendo que Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os estados com a população mais envelhecida.
Mas isso não significa que o aumento está relacionado apenas ao envelhecimento da população. Embora o grupo etário acima dos 60 anos ainda seja o mais prevalente entre os domicílios unipessoais (28%), foi o que registrou o menor crescimento entre 2010 e 2022 (33,5%).
Na faixa de 18 a 24 anos, o aumento do número de domicílios com apenas um morador foi de 52,2%. Já no grupo entre os 25 e 39 anos, o crescimento chegou a 61,4%; e entre os 40 e os 59 anos, o salto foi de 56,2%.
O IBGE também divulgou os números de óbitos. Entre agosto de 2021 e julho de 2022, foram informados no Censo Demográfico 2022 um total de 1,3 milhão de óbitos no País, sendo 722,2 mil homens (54,5%) e 603,9 mil mulheres (45,5%).
Na faixa etária dos 15 aos 34 anos, as mortes masculinas são bem mais numerosas que as femininas. As principais causas de óbito nessas idades são externas ou violentas (homicídios, suicídios, acidente de trânsito, entre outros). Fonte: https://noticias.uol.com.br.

Outras colunas deste Autor