COLUNISTAS

Uma pesquisa nacional do PoderData e realizada em dezembro diagnosticou a baixíssima avaliação positiva do Supremo Tribunal Federal. Conforme os números, apenas 12% dos brasileiros avaliam o trabalho do STF como ótimo/bom, para 34% ele é regular e 43% dos entrevistados consideram ruim/péssimo. Traduzindo: a cada dez eleitores brasileiros, apenas um aprova o trabalho de nossa Suprema Corte. E quatro desaprovam o trabalho dos ministros. A crise de confiança dos brasileiros em relação ao STF está, pois, exposta.

Em termos comparativos com dados do PoderData de pesquisas realizadas anteriormente, destaca-se que em dezembro de 2022 a avaliação positiva era de 31%. Ou seja: em dois anos ela caiu 19 pontos percentuais, retrocedendo para os atuais 12% de ótimo/bom.

Esses números, que são péssimos para um Poder que deveria ser o guardião da nossa Constituição, e de seus princípios, são o reflexo dos últimos anos da hipertrofia de seu poder. Em termos práticos, o STF tem se envolvido e realizado intervenções, principalmente via decisões monocráticas de ministros, em quase todas as áreas. Até mesmo em taxas de cemitérios da cidade de São Paulo os ministros têm se envolvido. Além disso, do STF foram e são pronunciadas decisões judiciais que arrebentaram com a operação Lava Jato, livraram os grandes corruptos de seus processos e fortaleceram a impunidade no país. E, por fim, há os inquéritos presididos pelo ministro Alexandre de Moraes, cujas características todos os leitores aqui conhecem muito bem.

Mas o STF está nem aí para a baixa aprovação junto à opinião pública. Já foi, aliás, dito por diversas vezes que os ministros não devem responder às demandas da opinião nacional, mas seguir o trabalho a partir de suas próprias consciências e convicções. E assim a crise de confiança dos brasileiros em relação a sua Suprema Corte vai se aprofundando. É o Poder intocável.