COLUNISTAS
Churrasco - 14/02/25
Lagoa Vermelha pode contar sua história falando sobre churrasco, desde seu início até os dias atuais.
O início contaremos depois, mas agora estamos de festa, houve o reconhecimento e a Lagoa Vermelha é a Capital Gaúcha e a Capital Nacional do Churrasco, tudo oficial aprovado pela assembleia Legislativa, Congresso Nacional e sancionada pelos respectivos gestores, com um adendo, o segundo titulo que é o maior passou pelo senado, faltando a aprovação pela Câmara do Deputados, mas certamente isto acontecerá.
Penso eu, que é chegado o momento de alavancarmos o turismo em nosso município, usando com muita propriedade os títulos recebidos. Para que isto aconteça é preciso antes de mais nada que os poderes municipais e a população de mãos dadas e unidos planejem e façam acontecer.
Deve também ficar muito claro, que esta responsabilidade não deve ficar restrita ao CTG Alexandre Pato, mas deve sim ser estendida a todos, e aclamada como a festa do Churrasco de Lagoa Vermelha, do seu povo, de todos os municípios que daqui desmembraram-se, e de todos que cultuam a história de tradições do churrasco, o combustível da formação destas “plagas gaúchas”.
A história mostra também que a criação do gado bovino faz parte da colonização de todo o território do hoje Rio Grande do Sul, e que através dos anos, a forma do preparo e uso da sua carne sofreu alterações, seja pelo costume trazido pela etnia dominante, pela indústria com suas ações voltadas para o aproveitamento total e o lucro, e hoje pelo advento da refrigeração que limitou a conservação da carne pelo uso do sal.
Falando em sal, este produto teve uma importância muito grande na história deste nosso Rio Grande, nas várias “pendengas” e ações armadas pelo domínio destas terras entre espanhóis e portugueses até a delimitação atual e a posse dos lusos está afirmativa está consagrada.
Vamos ao caso, os padres católicos da ordem de Jesus, conhecidos como “Jesuítas”, inicialmente vindos do Paraguai com a finalidade de evangelizar índios através de expedições, entraram paulatinamente nos territórios hoje Uruguai e Argentina, e formavam as chamadas “Reduções”, que eram povoados aonde ensinavam religião, língua espanhola, a criação de gado e uma agricultura rudimentar.
Seguindo suas ações os Jesuítas atravessaram o hoje denominado rio Uruguai e entraram na região Sul do nosso atual Estado.
Padres e índios evangelizados seguindo suas ações, tropeando gado da raça “Franqueiro” com origem das Províncias de Assunção do Paraguai e de Santa Fé da Argentina, e comandados pelo padre Cristóvão de Mendonça, chegaram até a região denominada hoje “Missões”
Em nova tropeada conseguiram chegar até o hoje denominado “Mato Castelhano”, parando por aí retidos pela grande densidade das matas forradas de araucárias.
Aos poucos o gado foi reproduzindo, fugiu do controle dos seus donos, formaram grandes rebanhos de “gado alçado”, entraram mata a dentro formando trilhas, as chamadas picadas, até chegarem aos nutritivos campos do território denominado na época “Bacaria de los Pinhales”, esta região tinha por limites naturais os rios hoje denominados Pelotas, Rio das Antas e os Aparados da Serra.
Nesta região os bovinos encontraram no verão excelentes pastagens, e no inverno grande abundância de frutos na mata, onde destacava-se o pinhão, fruto das Araucárias, um alimento de alto valor, isto permitiu ao gado excelente condições físicas e uma reprodução constante, e a lógica formação de grandes rebanhos.
Seguiremos com a história do “churrasco” na próxima edição do nosso Folha do Nordeste.