COLUNISTAS
07/03/2025
O DESEMPENHO DOS CANDIDATOS
A DEPUTADO EM LAGOA
Com o passar do tempo, a política segue seu curso natural e, enquanto a Administração Municipal toma forma para o próximo ciclo, a movimentação para 2026 já começa nos bastidores. O desempenho dos candidatos a deputado estadual e federal em Lagoa Vermelha no pleito de 2022 serve como um termômetro importante para entender a força política de algumas lideranças e os desafios que outros enfrentarão para consolidar seu espaço.
COVATTI FILHO: O MAIS VOTADO
Luis Antonio Covatti, o Covatti Filho (PP), consolidou-se como o candidato a deputado federal mais votado em Lagoa Vermelha, com 4.000 votos, e garantiu sua eleição para mais um mandato na Câmara Federal. Seu desempenho reflete a força do Progressistas na região e sua presença consolidada na política gaúcha.
Covatti Filho, que já foi secretário estadual da Agricultura e tem sua base eleitoral no interior do Estado, manteve um forte vínculo com Lagoa Vermelha. Seu nome é sinônimo de articulação política, especialmente em áreas ligadas ao agronegócio e infraestrutura, setores fundamentais para a economia local.
Em 2026, sua candidatura à reeleição é praticamente certa. Com o Progressistas buscando ampliar sua bancada federal, Covatti deve contar com um forte apoio das bases regionais. Sua trajetória sugere que ele continuará sendo uma peça-chave na defesa de pautas municipalistas e no repasse de emendas parlamentares para a região. A grande questão será como ele irá se posicionar dentro do cenário estadual, especialmente considerando o crescimento de outros partidos, como o PL, que vem conquistando espaço entre o eleitorado conservador.
RONALDO SANTINI:
A FORÇA DO LAGOENSE
Se na disputa federal Covatti Filho dominou a votação, no cenário estadual Ronaldo Santini (PODE) foi o nome de maior expressão em Lagoa Vermelha. O parlamentar obteve 6.306 votos no município, um número que demonstra seu prestígio local e sua forte conexão com a comunidade.
Santini tem uma trajetória consolidada na política regional, com passagens pela Assembleia Legislativa e pela Câmara dos Deputados. Seu histórico de atuação, focado em temas como saúde, infraestrutura e segurança pública, o coloca como uma das lideranças políticas mais influentes da região.
A relação próxima de Santini com Lagoa Vermelha se reflete não apenas na expressiva votação, mas também na sua presença constante em eventos e na interlocução com lideranças locais. Para 2026, sua candidatura à reeleição ao Legislativo estadual é praticamente certa, mas não se pode descartar a possibilidade de ele buscar um novo mandato como deputado federal, dependendo das composições políticas e das oportunidades que surgirem.
O grande desafio para Santini será manter sua base eleitoral sólida diante de um cenário em que partidos como PP e PL também estão mobilizados para ampliar sua influência. A estratégia do parlamentar para os próximos anos será determinante para seu futuro político, e seu desempenho na Assembleia Legislativa certamente terá peso na decisão do eleitorado em 2026.
DEPUTADOS ESTADUAIS:
RONALDO SANTINI E OS DEMAIS
Entre os candidatos a deputado estadual, Ronaldo Santini (PODE) foi, de longe, o mais votado no município, alcançando 6.306 votos. A segunda colocada, Silvana Covatti (PP), teve 1.238 votos, mostrando que o Progressistas mantém uma base significativa, mas sem uma figura local de grande expressão para rivalizar com Santini. Já Rodrigo Lorenzoni (PL), com 1.075 votos, reforça a força da direita no município, beneficiado pelo bolsonarismo que marcou as eleições de 2022.
No campo da esquerda, Claudiomiro Fracasso (PT) obteve 767 votos, enquanto Helenir Schurer (PT) e Luciana Genro (PSOL) tiveram desempenhos mais discretos. Esse resultado reflete a dificuldade do campo progressista em avançar no eleitorado local.
Outros nomes como Arlindo Lopes (MDB), Paparico Bacchi (PL) e Candeia (Republicanos) ficaram na casa das centenas de votos, demonstrando que suas bases são menos consolidadas na cidade.
DEPUTADOS FEDERAIS: COVATTI FILHO
LIDERA, MAS PL E PSDB APARECEM BEM
Na disputa para a Câmara Federal, Covatti Filho (PP) foi o mais votado em Lagoa Vermelha, com 4.000 votos. O Progressistas sempre teve presença forte no município, e o desempenho do parlamentar reforça essa tradição.
Maurício Dziedricki (PODE) e Pedro Macari (PSDB) aparecem logo atrás, com 1.134 e 865 votos, respectivamente. Dziedricki já tem histórico na política estadual, enquanto Macari representou um bom desempenho para o PSDB local, partido que busca se fortalecer na cidade.
Destaque também para Ubiratan Sanderson (PL) e Giovani Cherini (PL), que obtiveram 806 e 684 votos, respectivamente. A ascensão do PL no município, impulsionada pelo cenário nacional de 2022, deve ser um fator a ser observado para as próximas eleições.
No espectro da esquerda, Dionilso Marcon (PT) teve 792 votos, seguido por Maria do Rosário (PT) com 196, o que reforça a dificuldade histórica do partido em ampliar seu eleitorado em Lagoa Vermelha.
Já figuras como Marcel Van Hattem (NOVO) e Zucco (Republicanos) tiveram presença relevante, com 481 e 186 votos, respectivamente, refletindo um eleitorado mais alinhado ao conservadorismo.
O QUE ESPERAR PARA 2026?
A movimentação política para 2026 já começou, e os parlamentares que almejam a reeleição ou outros voos precisam reforçar suas bases. Ronaldo Santini, como o grande nome do cenário local, pode tanto buscar continuar na Assembleia Legislativa quanto pleitear uma vaga em Brasília. Covatti Filho, por sua vez, tentará garantir sua reeleição como deputado federal, mantendo a força do PP no município.
Já o Progressistas, mesmo com bons números, precisa definir uma estratégia clara para não depender apenas de nomes de fora. O PL, por sua vez, mostrou força, mas precisará consolidar lideranças locais se quiser crescer ainda mais.
Com a Administração Municipal sob nova gestão a partir de 2025, as alianças e movimentações políticas nos próximos meses indicarão os rumos que Lagoa Vermelha tomará no próximo pleito estadual e federal. O jogo começou.
GOVERNADOR: O DESEMPENHO
DOS CANDIDATOS
A disputa para o governo do Estado em 2022 refletiu o cenário nacional polarizado, com Onyx Lorenzoni (PL) liderando a votação em Lagoa Vermelha, obtendo 6.531 votos. Sua candidatura foi impulsionada pelo forte apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, consolidando a força do PL no município. No entanto, mesmo com esse desempenho local expressivo, Onyx acabou derrotado no segundo turno para Eduardo Leite (PSDB).
O governador reeleito ficou em segundo lugar no município, com 4.305 votos, mostrando que, apesar de não liderar em Lagoa Vermelha, o tucano manteve uma base relevante de apoio na região. Leite se reelegeu com um discurso de gestão técnica e moderação política, garantindo seu retorno ao Piratini.
Já João Edegar Pretto (PT), candidato apoiado pelo presidente Lula, obteve 3.484 votos, demonstrando que, embora o PT historicamente encontre resistência em algumas áreas do interior, conseguiu consolidar um eleitorado fiel na cidade.
Os demais candidatos tiveram votações inexpressivas, com Luis Carlos Heinze (PP) somando 405 votos e Carlos Eduardo Vieira da Cunha (PDT) apenas 159, um desempenho que mostra a fragilidade do PDT e a perda de espaço do PP na disputa majoritária.
UM NOVO CENÁRIO
O quadro para 2026 será completamente diferente. Onyx Lorenzoni dificilmente será candidato novamente ao governo estadual, ao menos no PL. Existem especulações que estaria indo para o União Brasil. Por outro lado, existem afirmativas de que o PL pode apostar em outro líder para a disputa ou um nome mais identificado com o bolsonarismo no Estado.
Eduardo Leite, por sua vez, não poderá disputar a reeleição e terá que decidir seu futuro político. Ele pode apoiar um sucessor dentro do PSDB, disputar uma vaga ao Senado ou até mesmo se lançar como candidato à presidência da República.
Já o PT, fortalecido no cenário nacional com Lula no governo federal, pode buscar um novo nome competitivo para tentar voltar ao comando do Estado. João Edegar Pretto pode novamente ser o candidato, mas há possibilidades de que o partido busque outra liderança, dependendo da conjuntura política em 2026.
O Progressistas e o PDT, que tiveram desempenhos fracos na eleição passada, precisarão definir estratégias para recuperar terreno no cenário estadual. O PP segue como uma força relevante no Rio Grande do Sul, mas a candidatura de Heinze não decolou em 2022. O PDT, que já governou o estado com Alceu Collares no passado, enfrenta dificuldades para se renovar e se tornar competitivo.
A disputa pelo governo gaúcho em 2026 ainda está aberta, mas uma coisa é certa: as articulações já começaram e o tabuleiro político será redesenhado nos próximos meses.