COLUNISTAS

A evolução do homo sapiens, ou seja a nossa história, a história da espécie humana, desde o princípio, foram criadas hierarquias sociopolíticas sem qualquer base lógica ou biológica, nunca passaram da perpetuação de eventos ocasionais sustentados por mitos, e cuja finalidade com raras exceções, sempre foi privilegiar grupos escolhidos.

A escolha destes grupos privilegiados nunca foi neutra e nem justa. Dividiam as pessoas em pretensos grupos, dispostos em uma hierarquia, aonde os níveis superiores desfrutavam de múltiplos privilégios e poder, enquanto os considerados inferioressofriam discriminação e opressão.

Estudos mostram também, que existiram outras espécies de indivíduos, como o homo erectus, o homo ergaster, os neandertais, e quem sabe muitos outros, mas a verdade é que todos foram extintos, sobrevivendo somente o homo sapiens.

As explicações, as pesquisas sobre o desaparecimento de tantas espécies apontam para vários pontos, desde questões climáticas, guerras, epidemias, mas muitas outras mostram a nossa espécie, a sapiens, como a responsável pelas extinções.

Logicamente que a nossa espécie evoluiu e muito, através dos milênios de anos, partimos de coletores de alimentos que abominavam nos campos e nas matas, aprendemos a dominar o fogo e a usá-lo, inventamos milhares de objetos para uso comum. A verdade é, segundo muitos homo sapiens, que nos modernizamos, que tornamos a vida mais fácil, mais civilizada e cheia de encantos. Outros não concordam, e julgam aquele tempo mais puro. Nesta discussão de qual época era melhor, prefiro abster-me, pois conheço bem somente a que estou vivendo.

Pesquisando através da história os tempos remotos, chegando aos dias atuais é obrigação reconhecer e repetir, que a nossa evolução é tão grande, que fica difícil dimensionar. É possível também afirmar sem medo de errar, que apesar dos avanços, a nossa espécie continua e aperfeiçoa o triste hábito da exploração do homem pelo homem.

Exemplos são muitos, o Código de Hamurabi estabelecia uma ordem hierárquica formada por homens superiores, comuns e escravos.

Os superiores ficavam com todas as coisas boas da vida. Os homens comuns ficavam com as sobras. Os escravos ficavam com uma surra, se reclamassem.

A proclamação da igualdade entre os homens  no ano de 1776 pelos norte-americanos, também estabeleceu divisões, criou uma hierarquia entre homens, que se beneficiavam dela, as mulheres ficaram desprovidas de autoridade. Os brancos tinham liberdade, os negros e índios considerados humanos, mas de uma espécie inferior e, sem muitos direitos.

Os hindus criaram um sistema de castas, e acreditam, que forças cósmicas formaram as castas umas superiores as outras.

Existem tratados e mais tratados, mostrando sempre, que a exploração do sapiens pelo sapiens tem sido uma constante evolução.

Nos dias de hoje, repito, muita coisa mudou para melhor, e outras pioraram, mas a grande verdade é que a exploração do homem pelo homem, continua em franco crescimento. O poder econômico tem sido o foco, quem tem manda, quem não tem é submetido a condição de inferioridade.

O exemplo clássico de todas as afirmativas apresentadas, situa-se principalmente na organização do serviço público nacional, o qual parece ser regido pelo Código de Hamurabi em uma fusão com o sistema hindu, com a criação de verdadeiras castas, onde algumas recebem privilégios e as outras são consideradas páreas.

Aqui no nosso Rio Grande do Sul, nada é diferente e, aquela história que todos são iguais perante a lei, é pura “balela”.

Os bancos que são os grandes protegidos dos governos, também julgam os clientes pelo saldo médio. Quem tem leva, quem não tem é condenado a pagar juros absurdos.

O serviço público gaúcho também criou as suas castas, onde desponta que, o Legislativo gasta, o Judiciário esbanja e o Executivo paga as contas dos dois.

 

Artigo publicado em  10.02.2017