COLUNISTAS

Rio Grande do Sul, é o Estado aonde nós gaúchos, nascemos, vivemos e amamos. Sim amamos, exatamente porque desde criança, somos incentivados ao conhecimento das nossas raízes, e os feitos heróicos dos nossos antepassados na luta pela preservação e conquista de direitos e o amor pelo cumprimento das obrigações.

Nossa história conta lutas, guerras pela demarcação dos nossos limites territoriais, pela defesa de direitos adquiridos, pela força do trabalho.

O atual território, hoje Rio Grande do Sul, era parte integrante do chamado “Pampa”. O qual estendia-se da costa do Atlântico até os paredões da Cordilheira dos Andes. Junto com o hoje Estado faziam também parte deste conjunto região que forma o Uruguai e Argentina.

O termo “Pampa” teve origem indígena e provinha da língua Quíchua, e significativa um território plano e com pastagens.

Neste Pampa habitavam vários povos indígenas, Guananas, Tapes, Caaguas, Carijós, Arachanes,Tapes, Minuanos, Charruas, Guenõas, Guaranis.

A nação Guarani possuía um desenvolvimento cultural superior as outras tribos, por este motivo tornaramse a principal grupamento indígena. Eram hábeis guerreiros, canibais por acreditarem que alimentando-se da carne dos seus inimigos, adquiriam suas habilidades. Dominavam técnicas sobre agricultura, cultivavam algumas hortaliças, produziam fumo, cabaças de porongo, tinham o hábito de tomar chimarrão e Tererê, os quais eram denominados caamis, conheciam também a arte da cerâmica.

Estudos do pesquisador James Churchward mostram que os Guaranis são oriundos do continente desaparecido MU. A trajetória da imigração dos “Carianos” (denominação original dos Guaranis) até o Pampa, onde foram paulatinamente espalhando-se pelo sul da América Latina, enquanto a outra leva penetrava pela Amazônia, então canal entre os Oceanos Pacífico e Atlântico, formando as várias parcialidades étnicas e tribos dos Tupis, semelhante aos Guaranis em nossa geografia. Vários étimos topônimos e designações ainda hoje denotam esta origem cariana: caribe-cariri-carioca, caraá-cará-caraíba-caraivécarijo.

Deve-se notar que o termo Guarani foi dado pelos índios andinos, na língua “Quechua”: guará (tanga)- ni (nem-sem); portanto pelados. Eles se conheciam como “mbia-xiripá-caiová”.

De MU os guaranis trouxeram a concepção de vida comunitária cooperativista chamada “avambaé”. Os padres jesuítas no ano de 1634, enviaram do Paraguai 1.500 reses, tropeadas pelo padre Cristóvão de Mendonza Y Grelhana e índios evangelizados até o antigo Pampa, com a finalidade de suprir as reduções guaraníticas.

Desta forma fica muito claro que o Rio Grande do Sul teve sua colonização muito diferente dos outros Estados brasileiros, enquanto estes tiveram os portugueses como mentores, nosso primeiro contato aconteceu com os espanhóis (padres jesuítas), e de quem sofremos as maiores influências.

O Rio Grande do Sul pela sua localização geográfica, praticamente um apêndice do Brasil, teria sido muito mais fácil a formação de um país independente, ou a simples anexação a outros países limítrofes, no entanto a vontade dos nossos antepassados foi permanecer como um Estado federado do Brasil. Este fato mostra que a revolução, ou Guerra dos Farrapos, em que foi mantida por longos 10 anos atos belicosos contra o governo Central, nunca teve como motivo a separação, a emancipação, mas sim por direitos que haviam sido surrupiados e que penalizavam violentamente a economia do povo gaúcho.