COLUNISTAS
Lições da História 09/05/2025
Acredite quem quiser e quem tiver juízo: a grande verdade é que o brasileiro vive e anda no “fio da navalha”. É absolutamente impossível fazer uma previsão do futuro. Os anos passam e continuamos sendo o país do amanhã. Alguns chegam a afirmar que o estrago feito por nós durante o dia, a natureza reforma e reconstrói durante a noite.
A história mostra que os antigos habitantes desta terra viviam em absoluta paz. Comida era o que mais havia: frutas, caça e pesca. Às vezes peleavam, mas era uma forma de passar o tempo. Tudo ia bem, até que um dia alguns portugueses - aventureiros das águas dos oceanos - chegaram a estas terras que hoje são nossas, afirmando que singravam os mares por amor à pátria-mãe. Na verdade, buscavam fortuna e fama.
Foi neste exato momento que o “rolo” começou. Os viajantes estavam completamente perdidos, pois, segundo seus cálculos, acreditavam ter chegado às Índias. Por isso, passaram a chamar de “índios” o povo que aqui encontraram.
Foi uma festa. Abriram as malas, tiraram espelhinhos, miçangas, enfim, uma grande quantidade de “badulaques” sem valor algum, mas que despertaram a curiosidade e o interesse dos denominados índios. Daí para a escravidão foi um passo. Mas, como os índios não eram muito afeitos ao trabalho pesado - e continuam até hoje sendo explorados de outras formas, segregados como animais de zoológico -, a solução mais fácil foi buscar negros na África e submetê-los a tratamentos degradantes.
Girando as rodas do tempo, a história nos mostra que o “caminho da roça” descoberto pelos portugueses abriu espaço para a vinda de outros representantes de civilizações do mundo. É bom que se diga: todos os que aqui chegaram - com raras e honrosas exceções - tinham como meta explorar nossas riquezas. Passamos pela época dos reis e rainhas, uma forma de governo que favorecia apenas um núcleo da população. Resolvemos - ou melhor, alguns, com ciúmes dos componentes do governo anterior - gritar “Independência ou Morte!”.
Passado algum tempo, o restante da família real que por aqui reinava foi enfiado em um navio e empurrado de volta para seus países de origem. Iniciou-se, então, a fase da esperança: a instalação da República.
Neste contexto republicano, já tivemos a oportunidade de viver sob as mais variadas formas de governo: presidencialismo, parlamentarismo, ditaduras e outras tantas que talvez tenham sido esquecidas. Todas, porém, como na época dos reis e rainhas, continuaram a forçar privilégios para alguns e os rigores da lei para muitos. Assim, criaram-se legiões de miseráveis e manteve-se viva a famigerada estrutura de classes sociais - a classe média, força de trabalho e geradora de riquezas, e, no topo da pirâmide, os ungidos, destinados a receber, de todas as formas, o sopro dos privilégios. A grande - e talvez única - diferença é que hoje não estamos submetidos à mordaça ou a regimes de força que nos tiram o direito de pensar e agir. É chegado o momento de o povo, como um todo, abrir os olhos, gritar, exigir direitos e o cumprimento dos deveres, para que chegue o dia em que os privilégios para poucos sejam banidos do nosso chão. Que finalmente o Brasil deixe de ser o país do futuro e se torne o país do presente - com um povo feliz, vivendo sob a batuta da igualdade e da liberdade.
Artigo publicado em 13/09/2013