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Em entrevista à Folha News, o ex-vereador e servidor da secretaria municipal da Saúde, Gabriel Vieira, fez um diagnóstico realista e contundente sobre a situação da saúde pública em Lagoa Vermelha. Com experiência acumulada tanto no Legislativo quanto no Executivo, Gabriel destacou avanços locais, mas não poupou críticas ao enfraquecimento das responsabilidades do Estado em áreas essenciais, especialmente no que diz respeito a atendimentos de média e alta complexidade.

 

Segundo Gabriel, a principal demanda reprimida da população está relacionada à dificuldade de acesso a exames como tomografia, ressonância magnética, colonoscopia e outros procedimentos que dependem de encaminhamento especializado. “O maior desafio, hoje, da secretaria de Saúde é a oferta de consultas e exames de média e alta complexidade. A fila é longa e a demora é um sofrimento para quem precisa”, afirmou.

O servidor ressaltou que o município tem assumido responsabilidades que, por lei, cabem ao governo estadual, especialmente no que diz respeito ao custeio desses procedimentos. “A gente vê, hoje, o município cumprindo obrigações que não são suas, apenas para não deixar as pessoas esperando por meses ou até anos. Isso compromete o orçamento e exige decisões difíceis”, pontuou.

Gabriel destacou ainda que os ambulatórios de especialidades em cidades-polo como Passo Fundo têm reduzido sua capacidade de atendimento. “Houve uma queda de mais de 40% nos atendimentos regionais. Isso afeta diretamente Lagoa Vermelha e outros municípios vizinhos. A consequência é a sobrecarga da estrutura municipal, que não foi feita para isso”, disse.

 

Apesar das dificuldades, Gabriel fez questão de valorizar o trabalho das equipes de atenção básica e das unidades de saúde do município, que vêm atuando fortemente na prevenção. “A atuação dos enfermeiros, técnicos, médicos, dentistas e fisioterapeutas tem sido exemplar. Estão nas comunidades, fazendo o que pode ser feito antes da doença se agravar. Isso precisa ser reconhecido”, enfatizou.

Ele citou programas e ações desenvolvidas nas unidades de saúde, como grupos de pilates, oficinas de práticas integrativas e complementares (PICs), educação física, fisioterapia preventiva, combate ao tabagismo e palestras educativas como estratégias fundamentais. “Essas ações não apenas promovem qualidade de vida, mas também ajudam a reduzir a pressão sobre os serviços especializados, pois evitam que os problemas avancem para estágios críticos”, explicou.

 

Atualmente atuando na coordenação do transporte da saúde, Gabriel reforçou seu compromisso com um atendimento mais humano e acolhedor à população. “Entre 2017 e 2020, quando tive uma atuação intensa nessa área, implementamos práticas de humanização que se tornaram referência. E é isso que quero resgatar: o olhar atento, o cuidado, a escuta”, declarou.

Segundo ele, o transporte da saúde é mais do que deslocar pacientes. “É o momento em que a pessoa está fragilizada, muitas vezes em tratamento fora do domicílio, e precisa de acolhimento. Isso faz diferença na recuperação”, afirmou.

 

Durante a entrevista, Gabriel Vieira demonstrou sensibilidade ao tratar do sofrimento dos pacientes que aguardam por atendimento e exames. “Eu não tenho régua para medir a dor de ninguém, mas posso afirmar que não é aceitável que alguém espere meses por uma ressonância ou por uma biópsia”, desabafou.

Para ele, a solução passa por uma reorganização da política estadual de saúde, com mais investimentos e repasses regulares aos municípios. “É injusto que a conta da ineficiência do Estado caia no colo das prefeituras. A população não quer saber de quem é a obrigação - ela quer ser atendida com dignidade”, reforçou.

 

Gabriel encerrou sua fala sobre o tema com um chamado à responsabilidade coletiva. “Não se trata apenas de fazer mais. É preciso fazer melhor. Com diálogo, planejamento e responsabilidade, é possível sim melhorar o atendimento à população. E isso passa pela prevenção, pela valorização das equipes e pela cobrança firme aos entes federativos que têm o dever de investir onde a população mais precisa: na saúde”, concluiu.

 

Neste domingo, 6 de julho, o Partido dos Trabalhadores realiza o PED - Processo de Eleição Direta, das 9h às 17h, na Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha. O processo democrático definirá os novos dirigentes do partido nos níveis nacional, estadual e municipal.

Em Lagoa Vermelha, a principal novidade é a apresentação da chapa encabeçada por Alaor Scariot, que concorre à presidência do diretório municipal e deve ser eleito. O atual presidente, Gentil Paz Bueno, reeleito em 2023, destaca a importância da participação dos filiados nesse momento decisivo.

“O PED é uma demonstração do nosso compromisso com a democracia interna. Convidamos todos os companheiros e companheiras a exercerem seu direito ao voto”, afirmou Gentil.

O PT reforça, com o PED, seu papel na organização popular e na defesa dos direitos sociais, apostando na renovação e no fortalecimento de suas bases em todo o país.

 

A 48ª edição da Expointer, feira organizada pelo governo do Estado, que ocorrerá de 30 de agosto a 7 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, contará com o maior número de expositores já registrado no Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF). Serão 456 empreendimentos, superando os 413 do ano passado, o que evidencia o crescimento e a relevância da participação dos agricultores familiares na feira.

Os empreendimentos inscritos representam 196 municípios gaúchos, reforçando a presença da agricultura familiar em diferentes regiões do Estado. As inscrições ocorreram a partir da segunda quinzena de maio e registraram grande procura por parte dos produtores.

O secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, disse que o número de inscritos demonstra a relevância da agricultura familiar no contexto da feira.

 

O Senado aprovou quarta-feira a criação de plataforma digital para centralizar a oferta de crédito consignado a trabalhadores formais, microempreendedores individuais (MEIs), empregados domésticos e trabalhadores rurais prevista na Medida Provisória (MP) 1.292/2025.  A proposta, que recebeu votos contrários de senadores da oposição, segue para sanção presidencial.

 

Lula e Bolsonaro devem ficar fora da disputa presidencial em 2026?