COLUNISTAS

11/07/2025

MUDANÇA NO COMANDO DO PDT DE CAPÃO BONITO DO SUL
Recentemente, ocorreu a Convenção Municipal do PDT em Capão Bonito do Sul. Por motivos profissionais, o então presidente Felippe Rieth solicitou à Executiva Estadual autorização para antecipar o ato. A medida foi aprovada e a convenção foi realizada com a devida legalidade.
Com a nova composição, assumiu a presidência do partido o atual vice-prefeito Miqueias Guadagnin, consolidando a liderança da legenda no município. Para a 1ª vice-presidência foi eleita a vereadora Aline Guardal Bem, enquanto o 2º vice-presidente passa a ser Artur Laranjeira.
A nova executiva tem pela frente o desafio de manter o PDT como protagonista político local, com forte inserção na Administração Municipal e articulação com outras forças partidárias da região.
 
FELIPPE RIETH: NOVO DOMICÍLIO ELEITORAL E A POSSIBILIDADE DE UMA CANDIDATURA REGIONAL
Uma movimentação importante começa a se desenhar nos bastidores políticos da região: Felippe Rieth, ex-prefeito de Capão Bonito do Sul por dois mandatos, deverá transferir seu domicílio eleitoral para Lagoa Vermelha, onde deve passar a integrar o PDT lagoense.
A informação, embora ainda não oficializada, é tratada como certa por lideranças do partido. Com isso, Felippe desponta como possível pré-candidato a deputado nas eleições de 2026, o que colocaria Lagoa Vermelha novamente na rota de uma candidatura própria à Assembleia Legislativa ou à Câmara Federal.
A incógnita, por ora, é o cargo que será pleiteado: deputado estadual ou federal. De todo modo, a eventual candidatura tem peso e repercussão regional. Rieth tem capital político consolidado, foi reeleito com folga como prefeito, e promoveu a sucessão no município com uma aliança MDB/PDT - hoje refletida na atual gestão comandada por Marizete Rauta e Miqueias Guadagnin.
Particularmente, considero que Felippe Rieth deve, sim, concorrer. A construção está em curso, a base partidária o conhece e respeita, e o espaço político que pode se abrir com sua candidatura daria voz não apenas a Lagoa Vermelha, mas a todo o norte do Estado.
 
PROJEÇÃO PARA 2028: UM NOME QUE SEGUE VIVO
Ao manter a possibilidade de concorrer a deputado em 2026, Felippe Rieth não apenas insere seu nome no cenário estadual, mas também mantém viva sua presença junto ao eleitorado regional, com claros reflexos em Lagoa Vermelha.
Essa movimentação pode ir além da disputa legislativa. Rieth, ao estabelecer domicílio eleitoral em Lagoa Vermelha e ampliar seu vínculo político com o município, pode estar - mesmo que de forma ainda discreta - projetando uma possível candidatura à Prefeitura em 2028. Seria um fato politicamente inédito nos últimos anos: um ex-prefeito de outro município, com histórico de gestão aprovado, disputar a chefia do Executivo em Lagoa Vermelha.
A hipótese, embora ainda especulativa, não pode ser descartada por quem acompanha de perto os bastidores da política regional. Caso o cenário se confirme, o PDT poderia ter em Felippe Rieth uma alternativa forte para enfrentar o grupo político do PP, que atualmente governa Lagoa Vermelha e já se encontra em seu terceiro mandato consecutivo no comando do Executivo.
Com experiência, capital político acumulado e trânsito entre diferentes setores da sociedade, Felippe Rieth pode se tornar um nome competitivo não apenas para 2026, mas também para 2028. A construção está em andamento - e a movimentação estratégica começa agora.
 
UMA FEDERAÇÃO NACIONAL COM REPERCUSSÕES LOCAIS
As movimentações para a criação de uma federação entre o União Brasil e o Partido Progressistas (PP), em nível nacional, têm gerado debates intensos e repercussões diretas na política dos estados e municípios. No Rio Grande do Sul, e mais precisamente em Lagoa Vermelha, o tema não passa despercebido, sobretudo pela atuação conjunta das siglas no atual governo municipal, liderado por Eloir Morona.
A federação, que vem sendo tratada com seriedade nos bastidores de Brasília, promete reorganizar parte do tabuleiro político nacional. Ela já está formalizada junto ao TSE. O objetivo é unir forças no Congresso e evitar a fragmentação partidária. No entanto, as contradições ideológicas e práticas já causam ruídos após a formalização da união.
 
A CONTRADIÇÃO IDEOLÓGICA
A principal controvérsia que salta aos olhos está na atual participação tanto do PP quanto do União Brasil no governo federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Partidos de origem e atuação historicamente vinculadas ao campo da direita, com plataformas liberais, conservadoras e empresariais, ocupam espaços estratégicos em um governo de esquerda, liderado por uma legenda como o PT.
Trata-se de um paradoxo que desafia a lógica política tradicional. Se formos considerar os fundamentos doutrinários e eleitorais que norteiam PP e União Brasil, não há alinhamento programático com a gestão petista. O que explica, então, essa composição? A resposta pode estar no pragmatismo político, onde o discurso cede espaço à conveniência institucional e à ocupação de cargos.
 
AS DIVISÕES INTERNAS
Nos noticiários da capital federal, o impasse está evidente: enquanto uma ala de parlamentares defende a permanência no governo Lula, outra - especialmente no Sul - pressiona por um desembarque imediato. No Rio Grande do Sul, onde o eleitorado tem perfil majoritariamente conservador, os integrantes do União Brasil e do PP dificilmente sustentariam, perante suas bases, a continuidade em uma gestão de viés oposto ao que defendem.
É exatamente aí que a federação encontra seu primeiro desafio: como manter coesão em um agrupamento nacional que se encontra dividido internamente sobre um ponto tão sensível quanto a participação em um governo adversário?
 
LAGOA VERMELHA: POSIÇÕES CLARAS E COERENTES
No contexto local, especificamente em Lagoa Vermelha, a federação tem uma leitura mais pragmática. Aqui, PP e União Brasil já atuam lado a lado na administração de Eloir Morona. O União Brasil ocupa espaço no Executivo, e a convivência política entre os dois partidos é, ao menos por ora, harmoniosa. João César Alves Moreira preside o União Brasil localmente, enquanto o ex-prefeito Gustavo Bonotto comanda o PP.
No entanto, se dependesse de figuras como o vereador Luiz Carlos Kramer, jamais o PP deveria estar presente no governo federal petista. A mesma posição é compartilhada, ao que tudo indica, pelo próprio Gustavo Bonotto, que nunca escondeu sua contrariedade ao alinhamento com o PT - algo evidente em suas manifestações públicas quando ainda exercia o cargo de chefe do Executivo.
Na bancada progressista da Câmara Municipal, também é possível perceber uma unidade ideológica. Os vereadores Charise Bresolin, Geni Merib e Josmar Veloso dificilmente concordariam com a permanência do partido no governo Lula. Todos demonstram, de diferentes formas, fidelidade aos princípios do partido e coerência com o discurso de oposição ao atual governo federal.
Já o União Brasil, embora sem representação no Legislativo lagoense, segue igualmente firme em sua linha ideológica. João César Alves Moreira e os demais integrantes da legenda demonstram perfil alinhado com os valores conservadores e dificilmente avalizariam qualquer tentativa de manter o partido no governo petista.
 
O OUTRO LADO: O DILEMA DO PT
Se de um lado causa estranheza ver partidos de direita como o PP e o União Brasil fazendo parte do governo federal liderado pelo PT, por outro lado, também é difícil compreender como o próprio Partido dos Trabalhadores justifica essa aliança diante de sua base mais fiel e ideologicamente engajada.
O PT, historicamente contrário aos valores e propostas defendidas pelas legendas liberais e conservadoras, agora se vê na obrigação de dividir a gestão com forças que, em tempos eleitorais, são suas principais antagonistas. É o tipo de arranjo que alimenta o ceticismo político e fragiliza o discurso ideológico - principalmente entre os que acreditam que a coerência programática deveria ser um pilar inegociável da vida pública.
Em Lagoa Vermelha, o PT conta com a presença da vereadora Paula Castilhos no Legislativo. A julgar por suas manifestações públicas, Paula mantém firme o alinhamento às diretrizes do partido e não compactua com ideias ou ideologias defendidas pelos Progressistas ou pelo próprio União Brasil. Sua atuação, marcada pela coerência e fidelidade à bandeira petista, serve como contraponto local à confusão ideológica instalada em Brasília.
Assim como no caso do PP e do União Brasil, o Partido dos Trabalhadores também terá que explicar - especialmente aos seus eleitores - como conciliar princípios com pragmatismo. Afinal, em política, não basta apenas formar maioria: é preciso sustentar o porquê dela existir.
 
O CENTRO DECISÓRIO AINDA É BRASÍLIA
Contudo, na política brasileira, as decisões locais nem sempre prevalecem. É Brasília quem dá o tom. As federações, por sua própria natureza, centralizam decisões que, muitas vezes, desconsideram as particularidades das bases. É nesse ponto que mora o risco: o distanciamento entre os líderes nacionais e os diretórios regionais pode gerar conflitos, desfiliações e até rompimentos.
 
UMA LEITURA CRÍTICA DA POLÍTICA NACIONAL
Fazendo uma análise fria e objetiva, chega a ser curioso - para não dizer incoerente - ver partidos que se apresentam como “defensores da direita” operando confortavelmente em um governo de esquerda. A política brasileira, ao que parece, é movida não apenas por ideologia, mas por interesses de poder e ocupação de espaços.
A criação da federação PP/União Brasil não será apenas uma junção de siglas. Será, sobretudo, um teste de coerência, de resistência interna e de capacidade de justificar à sociedade os caminhos tomados.
Resta saber: o eleitor entenderá essa movimentação como estratégia legítima ou como oportunismo? As próximas semanas serão decisivas - tanto para o futuro da federação quanto para o desgaste (ou fortalecimento) das lideranças envolvidas.
 
O MOMENTO POLÍTICO DO PL EM LAGOA VERMELHA E A INFLUÊNCIA DE ONYX LORENZONI
A recente saída do ex-ministro Onyx Lorenzoni do PL, ingressando no Partido Progressistas (PP), provocou impactos em diferentes regiões do Estado - e em Lagoa Vermelha não seria diferente. A mudança partidária do ex-ministro repercute especialmente por meio da figura de Ivan Barreto, presidente municipal do PL e amigo pessoal de Onyx. Nos bastidores, ventila-se que Ivan Barreto poderá seguir o mesmo caminho do ex-ministro, ingressando no PP em um futuro próximo. Fontes ligadas ao meio político local reforçam essa possibilidade, ainda que Ivan Barreto ainda não tenha se pronunciado oficialmente. A coluna tentou contato com ele, mas ainda não obtivemos sucesso. Informações extraoficiais indicam que, caso ocorra a mudança, ela se daria após as eleições gerais de 2026.
A decisão, se confirmada, seria estratégica: Onyx deverá concorrer a deputado federal pelo Progressistas, enquanto seu filho, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni, que atualmente está filiado ao PL, também deve buscar a reeleição à Assembleia Legislativa, da mesma forma pelo PP. A possível mudança de ambos os nomes para o Progressistas reforça a aproximação entre as lideranças envolvidas.
Apesar das especulações, existe a hipótese que, mesmo sendo cogitada a saída de Ivan Barreto, o PL segue firme no município, sustentado por diversas lideranças e não por um único nome. A sigla atualmente conta com três vereadores na Câmara Municipal e expressiva participação na administração do prefeito Eloir Morona, do PP.
Outro ponto levantado na seara política local é o de que, na prática, tudo pode permanecer como está: Ivan Barreto e seus seguidores seguiriam apoiando Onyx Lorenzoni como candidato a deputado federal e Rodrigo Lorenzoni para estadual, sem necessidade de saída formal do PL. Essa alternativa manteria a coesão partidária em Lagoa Vermelha, preservando os espaços conquistados.
São considerações que o tempo e a dinâmica eleitoral irão esclarecer. Os movimentos devem ganhar forma à medida que se aproximam as definições da pré-campanha de 2026 - e a observação atenta segue sendo essencial para compreender os bastidores.

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