COLUNISTAS

Diversos setores da economia recebem incentivos do poder público para crescer. Com a cultura gaúcha, porém, historicamente foi diferente. Como já mostramos aqui, um estudo da Universidade Feevale revela que o tradicionalismo movimenta R$ 4,5 bilhões por ano no Rio Grande do Sul. Ou seja, trata-se de muito mais do que lazer e cultura - estamos falando de geração de emprego e renda.

Por isso, nada mais justo do que contar com apoio governamental, não é mesmo? Até porque esse investimento retorna em forma de impostos. Mas, até pouco tempo, o Governo do Estado não pensava assim. Com a gestão de Eduardo Loureiro à frente da Secretaria da Cultura, esse cenário começa a mudar.

Pela primeira vez, ao que tudo indica, o governo estadual lançará um programa exclusivamente voltado ao fomento de atividades em Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Trata-se do “Avançar Tchê”, uma versão do Avançar RS, com foco em obras e investimentos - utilizando recursos próprios do Estado, e não via leis de incentivo fiscal ou emendas parlamentares.

A proposta será apresentada na próxima quarta-feira, às 17h, no Palácio Piratini, e prevê contemplar cerca de 500 CTGs, com valores entre R$ 20 mil e R$ 40 mil.

“É um programa de fomento em que as entidades poderão aplicar os recursos em grupos de dança, atividades culturais e até mesmo melhorias e reformas nos galpões”, explica Loureiro.

O edital trará critérios de seleção. Uma das possibilidades, ainda em análise final, é a utilização da pontuação obtida nos “Destaques Tradicionalistas” do MTG - um ranking de até 200 pontos que avalia o número e a qualidade das atividades desenvolvidas nas áreas campeira, artística e cultural.

No entanto, o governo também está atento ao fato de que muitos CTGs deixam de realizar atividades por falta de condições financeiras. E essa realidade precisa ser levada em conta.

Outro ponto importante: entidades não filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho também poderão participar do programa.