COLUNISTAS

18/07/2025

PL busca fortalecimento e 
Eder Piardi pode ser novidade 
O Partido Liberal (PL) de Lagoa Vermelha, liderado por Ivan José Galvani Barreto, segue se movimentando nos bastidores da política local. Nos últimos tempos, um nome tem sido sondado com mais intensidade: Eder Piardi, ex-vice-prefeito do município e filiado ao Progressistas.
Eder, que atua como servidor junto ao Poder Executivo Municipal, tem mantido diálogos com lideranças locais e, ao que tudo indica, pode vir a compor o projeto político do PL, somando sua experiência e capital político à sigla. As conversas ainda não são oficiais, mas já ecoam com força nos bastidores.
Além de Piardi, há indícios de que outras lideranças ligadas ao PP também estejam sendo observadas pelo PL, o que pode representar um redesenho interessante no cenário partidário lagoense.
Recentemente, chegou a circular a informação de que Ivan Barreto poderia trocar o PL pelo Progressistas, motivado pela presença de nomes como Onyx e Rodrigo Lorenzoni no PP estadual. Contudo, a cada dia que passa, essa hipótese parece mais remota.
Conhecendo a postura e o estilo de atuação de Ivan, que exerce a função de secretário municipal na gestão de Eloir Morona, há uma convicção crescente de que ele permanecerá no PL, ao menos neste momento. Uma eventual mudança partidária poderia até ocorrer em 2026, mas por ora, a prioridade parece ser o fortalecimento da atual sigla.
O possível ingresso de Eder Piardi ao PL, somado à manutenção de Ivan como liderança da sigla, poderá reposicionar o partido de forma significativa no tabuleiro político de Lagoa Vermelha, ampliando suas bases e preparando terreno para os próximos pleitos.
 
Felippe Rieth transfere 
domicílio e projeta candidatura 
estadual ou federal
Na edição passada desta coluna, antecipamos a possibilidade de Felippe Rieth - PDT, disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. Agora, a informação se confirma com uma novidade significativa: o ex-prefeito de Capão Bonito do Sul vai transferir seu domicílio eleitoral para Lagoa Vermelha, onde já reside e atua como servidor no Poder Legislativo local.
Com um currículo político consistente, Felippe já foi vice-prefeito, prefeito por duas vezes, presidente da Coordenadoria Regional do PDT, e tem sua trajetória amplamente conhecida na região nordeste do Estado. Seu nome, portanto, surge com peso e viabilidade, seja para uma candidatura a deputado estadual, seja para uma tentativa à Câmara Federal.
Nos bastidores, duas possíveis dobradinhas estão sendo construídas: caso opte por disputar uma cadeira em Brasília, Felippe poderá unir forças com o deputado estadual Gilmar Sossella, que também exerce papel de destaque no governo Eduardo Leite. Já se a escolha for pela Assembleia Legislativa, o nome mais provável para parceria de campanha é o deputado federal Pompeo de Mattos, uma das maiores expressões do PDT no cenário nacional, que deve buscar a reeleição.
É evidente que estamos diante de movimentações preliminares, mas a presença de Felippe no tabuleiro político regional tende a reposicionar o PDT e abrir espaço para representatividade da região tanto em Porto Alegre quanto em Brasília. Em Lagoa Vermelha, ele se junta a outros nomes já em articulação, como Ronaldo Santini, que deve concorrer à reeleição a deputado estadual pelo Podemos, e Sandro Franciscatto, liderança do Progressistas com projeção crescente.
O fato é que a pré-candidatura de Felippe Rieth fortalece o PDT em Lagoa Vermelha, amplia o debate político regional e contribui para uma disputa que promete ser intensa, com novos nomes, estratégias e alianças se desenhando desde já.
 
Reestruturação do PP 
em Capão Bonito do Sul
No município de Capão Bonito do Sul, o cenário político começa a ser redesenhado com a reestruturação do Progressistas (PP). Quem assume a liderança dessa nova fase é o ex-vereador Jorge Lisboa Toledo, que passa a comandar os rumos do partido com o objetivo de fortalecer sua presença local e regional.
A movimentação foi oficializada recentemente em uma reunião que contou com a participação de Sandro Franciscatto, liderança expressiva e com forte ligação à família Covatti - grupo político de grande respaldo no Rio Grande do Sul, sobretudo junto às bases progressistas.
A reorganização do PP no município não passa despercebida e já é vista como um sinal claro de que a sigla busca, além de apoiar candidaturas proporcionais em 2026, voltar com força para a disputa majoritária em 2028, apresentando nomes competitivos para o Executivo municipal.
Trata-se de uma estratégia planejada, construída com o aval de Sandro Franciscatto e outros aliados históricos da família Covatti, que buscam reposicionar o partido no mapa político da região nordeste gaúcha. A condução de Jorge Toledo, com experiência legislativa e bom trânsito entre lideranças locais, pode ser o diferencial para consolidar esse novo momento do Progressistas em Capão Bonito do Sul.
 
Jorge Lisboa: da base à oposição, 
um movimento natural ou estratégico?
Durante a entrevista ao Folha News, o vice-prefeito e novo presidente do PDT, Miqueias Guadagnin, tratou com naturalidade a saída de Jorge Lisboa Toledo, que agora integra e lidera a formação do PP, partido que se organiza como principal força de oposição em Capão Bonito do Sul.
Jorge foi vereador pelo PDT na legislatura passada e, como se sabe nos bastidores, sua saída da sigla foi motivada por descontentamentos internos e pela condução de decisões partidárias que não o contemplaram. A migração para o PP parece ser menos um rompimento ideológico e mais um reposicionamento político com vistas à próxima disputa municipal.
Miqueias adotou um tom pacificador, afirmando que “quem não está contente, tem o direito de buscar outros rumos”. Mas o fato é que Jorge, agora no PP, será peça-chave na reconfiguração da oposição local, podendo ser inclusive pré-candidato ao Executivo. Sua trajetória dentro do PDT, aliada à visibilidade parlamentar passada, dá musculatura à sua nova posição.
O movimento é legítimo - e previsível. Mas expõe também o desafio do PDT: manter unidade interna, gerir ambições e evitar novas fissuras no caminho até 2028.
 
O retorno do PDT à cabeça 
de chapa em 2028
Na entrevista concedida ao Folha News, o vice-prefeito Miqueias Guadagnin sinalizou algo importante para o cenário político de Capão Bonito do Sul: o desejo do PDT de voltar a ser protagonista em 2028, assumindo a cabeça de chapa em uma possível nova composição com o MDB. A fala reforça um entendimento construído desde o início da atual gestão, em que a alternância entre os partidos seria a lógica da coligação.
Se esse compromisso for mantido, o PDT deverá apresentar seu candidato a prefeito - e, diante da saída política de Felippe Rieth do cenário local, é natural que o nome de Miqueias ganhe força. Com cargo eletivo, presidência do partido e trânsito em diversas esferas, ele já está posicionado como principal referência da sigla.
O cenário, no entanto, dependerá de variáveis: avaliação de governo, pesquisas de intenção de voto, unidade interna e - sobretudo - da manutenção da aliança. A política, como sabemos, é feita de pontes, mas também de travessias incertas. Ainda assim, o PDT se prepara com estrutura, juventude e discurso moderado para reassumir o protagonismo no Executivo capão-bonitense.
 
Disputa silenciosa por 
apoios a candidatos 
As movimentações nos bastidores da política lagoense têm ganhado intensidade à medida que se aproxima o novo ciclo eleitoral. Embora discretas, as articulações por apoios a candidatos a deputado estadual e federal já estão em curso e revelam um cenário plural e competitivo em Lagoa Vermelha.
A cidade possui uma particularidade importante: tem um filho da terra com mandato em andamento, o deputado estadual e atual secretário de Turismo do Estado, Ronaldo Santini (Podemos). Em todas as vezes que esteve nas urnas, Santini sempre obteve votações expressivas em seu reduto, variando entre 6 e 8 mil votos, um desempenho difícil de ser ignorado. A tendência, ao que tudo indica, é de que repita esse desempenho em 2026.
No entanto, outras forças políticas também se organizam, mesmo reconhecendo os méritos e a representatividade de Santini. No Progressistas (PP), partido que atualmente comanda o Executivo municipal e detém a maior bancada na Câmara de Vereadores, já é visível uma divisão interna. Lideranças como Sandro Franciscatto têm articulado apoios a nomes da própria legenda, o que naturalmente coloca o PP em uma posição de confronto político - ainda que velado - com Santini.
A disputa, embora respeitosa, tende a se intensificar. Basta observar as diferenças que já se delineiam entre integrantes da própria bancada progressista, composta por quatro vereadores, além de outros nomes influentes no partido. A tendência é de que os bastidores fiquem cada vez mais movimentados conforme se aproxima o pleito.
Outro nome que merece atenção é o de Felippe Rieth (PDT), ex-prefeito de Capão Bonito do Sul, que agora tem domicílio eleitoral em Lagoa Vermelha. Sua confirmação como pré- candidato reacende o debate local sobre representatividade, e a expectativa gira em torno de qual estrutura de campanha será montada e quantos votos conseguirá angariar na cidade que hoje chama de sua.
 
RESPALDO REGIONAL
Também há presença de nomes com respaldo regional, como o ex-prefeito de Bento Gonçalves, deputado Guilherme Pasin (PP), que já conquistou apoios em Lagoa Vermelha e deve disputar espaço com os demais postulantes.
Vale lembrar que, historicamente, Lagoa Vermelha registra alta pulverização de votos. Na eleição passada, mais de 300 candidatos receberam votos no município, o que demonstra a amplitude das preferências e o peso das estruturas partidárias. Assim como o grupo governista - formado por partidos como PL, PP, União Brasil, Podemos e PSD - se articula com intensidade, também há movimentações na oposição, representada por PDT, PT, PSB, entre outros, que devem repetir votações representativas.
A disputa por votos já começou, mesmo que de forma silenciosa. A definição de apoios, para quem entende de política, não se faz às vésperas da eleição - se constrói bem antes, com diálogo, articulação e estratégia. E os próximos meses serão decisivos para o afunilamento dessas escolhas.
 
ENTRE A LEALDADE 
PARTIDÁRIA E A CONVICÇÃO PESSOAL
O recente pronunciamento de João Barbudo, suplente de vereador pelo PL, traz à tona uma questão cada vez mais comum na política local e nacional: o desalinhamento entre o posicionamento ideológico pessoal e a sigla partidária. Ao declarar que, se precisasse escolher entre Lula e Bolsonaro, optaria por Lula “pelo lado social e da pobreza”, João não apenas expôs suas convicções, mas também deixou evidente o desconforto dentro de um partido que tem o bolsonarismo como eixo central.
A fala é corajosa, principalmente num momento em que a polarização ainda pauta boa parte do debate público. No entanto, também revela uma fratura interna no PL, especialmente em Lagoa Vermelha, onde o partido passou a desempenhar papel de base aliada do governo Morona. Quando um de seus representantes afirma publicamente não se sentir à vontade no partido, isso sinaliza que, mais do que fidelidade partidária, alguns quadros seguem no PL por razões práticas - como a manutenção da suplência, como ele mesmo admitiu.
João Barbudo traz para o centro da discussão a importância da coerência política e convida à reflexão: até que ponto o pragmatismo justifica o afastamento das convicções pessoais? 
A sinceridade de João é legítima. Mas o desconforto declarado aponta para uma crise de identidade política que pode ganhar novos capítulos nos bastidores da sucessão municipal e das eleições de 2026.

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