COLUNISTAS

28/03/2025

COVATTI DESTACA FEDERAÇÃO ENTRE PP E UNIÃO BRASIL
Durante sua visita a Lagoa Vermelha, o deputado federal e presidente estadual do Progressistas, Covatti Filho, trouxe novidades sobre o cenário político gaúcho e nacional. O parlamentar confirmou que estão avançadas as tratativas para a formação de uma Federação entre o Progressistas (PP) e o União Brasil, projeto que promete fortalecer ainda mais as duas siglas nas próximas eleições.
O encontro, realizado na Associação dos Motoristas, reuniu lideranças políticas da cidade e da região. Estiveram presentes o prefeito Eloir Morona; o ex-prefeito e presidente do PP lagoense, Gustavo Bonotto; o presidente do Legislativo, Josmar Veloso; o ex-prefeito Moacir Volpato; vereadores do Progressistas; o vice-prefeito Alessandro Muliterno (Podemos); além de secretários municipais, vereadores, assessores e convidados.
Em fala direcionada às lideranças, Covatti explicou que a federação não se trata de fusão, mas de uma união programática e eleitoral que garantirá mais força política às duas legendas, respeitando a individualidade de cada uma. “A federação é diferente da fusão. Cada partido mantém sua estrutura, mas vamos caminhar juntos em todas as esferas: nas câmaras de vereadores, nas assembleias e no Congresso Nacional”, destacou.
 
VALIDADE DE QUATRO ANOS
O deputado ainda revelou que, pela regra, a federação terá validade por quatro anos, o que permitirá estabilidade política e programática nas eleições de 2026 e 2028. No Rio Grande do Sul, segundo Covatti, a federação será presidida pelo Progressistas, dada a força da sigla no Estado.
“Com essa federação, vamos ampliar nossa representatividade. Hoje, temos sete deputados estaduais e devemos chegar a dez. Na bancada federal, passaremos de três para quatro deputados. Isso dá um novo poder de articulação política ao nosso grupo”, reforçou Covatti.
 
PROTAGONISMO NAS ELEIÇÕES DE 2026
Covatti Filho também deixou claro que o Progressistas projeta protagonismo nas eleições estaduais, com o objetivo de lançar candidatura própria ao governo do Rio Grande do Sul. “O Progressistas nunca esteve tão forte e unido. Agora é hora de pensar grande, de pensar na população, e construir um projeto sólido de centro-direita para o Estado”, afirmou.
Por fim, o deputado alertou as lideranças para que estejam atentas ao novo cenário político que se desenha. “Vamos ter muita gente aparecendo em 2026, mas a nossa força está na união e na credibilidade que construímos. Por isso, a federação é um passo importante para consolidarmos esse protagonismo”, finalizou.
 
BOLSA FAMÍLIA: PROTEÇÃO SOCIAL E ATENÇÃO PARA O MERCADO DE TRABALHO
O Programa Bolsa Família, ao longo dos anos, consolidou-se como a mais importante política pública de transferência de renda no Brasil. Em Lagoa Vermelha, os números são claros: o programa atinge milhares de pessoas e movimenta valores expressivos, superando a marca de R$ 1 milhão em repasses mensais. Quando somado ao Auxílio Gás, o impacto econômico e social se torna ainda mais relevante.
Seria injusto negar os méritos dessa política. O Bolsa Família assegura o mínimo necessário para famílias que, sem o programa, estariam em situação de extrema pobreza. Coloca comida na mesa, garante a compra do gás de cozinha e, em muitos casos, permite que crianças permaneçam na escola. A contrapartida social existe e é necessária.
 
REFLEXÕES
Por outro lado, a realidade do município também impõe reflexões. O que se observa, especialmente entre empresários do setor industrial e comercial de Lagoa Vermelha, é uma dificuldade crescente de encontrar mão de obra para vagas que exigem pouca ou nenhuma qualificação. Há quem aponte que parte dessa mão de obra, ao se deparar com a possibilidade de ganhar valores similares ou até superiores ao salário-base local, opte por permanecer dependente do benefício.
Essa situação gera um dilema. O programa que nasceu para proteger pode, involuntariamente, criar um ciclo de dependência em determinados cenários. Não por culpa do beneficiário, nem exclusivamente por falhas do programa, mas pelo desequilíbrio natural entre o valor pago e a capacidade do mercado local de oferecer alternativas mais atrativas.
 
FORTALECIMENTO E INCENTIVO
O desafio, portanto, não está em reduzir o Bolsa Família - o que seria um erro social e econômico. O desafio está em fortalecer o mercado de trabalho local. Incentivar a qualificação, investir em setores produtivos e criar condições para que o emprego formal seja mais vantajoso que a permanência no programa social.
O caminho precisa ser o da transição segura: permitir que o Bolsa Família continue amparando os mais vulneráveis, mas abrir portas para que, aos poucos, essas famílias encontrem no trabalho e na renda digna a verdadeira saída da pobreza. Lagoa Vermelha tem potencial produtivo, um setor moveleiro forte, comércio ativo e uma agropecuária relevante. O foco precisa ser o de transformar esse potencial em oportunidades concretas para sua gente.
O Bolsa Família não pode ser visto como um problema. É, antes de tudo, um direito e um alívio. Mas também não pode ser a única perspectiva de sobrevivência. O desenvolvimento de um município se mede pela capacidade de proteger, mas também de emancipar sua população.
 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
Nesta edição, a Folha do Nordeste traz uma entrevista exclusiva com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Lucas Mota, que analisa o atual cenário socioeconômico de Lagoa Vermelha. A seguir, destacamos pontos positivos e os principais desafios abordados, que podem ser conferidos na íntegra nas páginas desta edição.
 
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL COMO EIXO CENTRAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Um dos aspectos mais positivos da entrevista é a ênfase na qualificação da mão de obra local. Programas como Escola do Fazer, Qualificar e Querer, além das parcerias com SENAI, SEBRAE, SICOM e CICAS, evidenciam o esforço da gestão municipal em preparar a população para o mercado de trabalho formal.
Diante da dificuldade relatada pelas indústrias e pelo comércio em preencher vagas, investir em qualificação aparece como o principal caminho para reduzir a dependência dos programas sociais e inserir os trabalhadores na economia local.
 
PROGRAMAS SOCIAIS: O DESAFIO ENTRE O APOIO E A BUSCA PELA AUTONOMIA
O secretário expôs preocupação com o dado de que mais de 25% das famílias lagoenses recebem o Bolsa Família. A defesa da vinculação do benefício à busca por emprego reflete um entendimento de que o programa deve ser um apoio temporário.
O desafio está em equilibrar o discurso da autonomia com a realidade social e econômica local, evitando a criminalização da pobreza e compreendendo que, muitas vezes, o mercado de trabalho também impõe suas limitações.
 
POLÍTICA DE INCENTIVO 
Outro ponto relevante da entrevista é a exposição dos instrumentos que o município possui para atrair novos investimentos, como a Lei 7.711 e o Distrito Industrial, que já homologou 23 empresas.
Essas ações reforçam o planejamento da gestão para ampliar a geração de empregos e fortalecer a economia lagoense, valorizando o setor produtivo já instalado e atraindo novos empreendimentos.
 
INTERMEDIAÇÃO DE MÃO DE OBRA E RETENÇÃO DE TALENTOS COMO METAS
Apesar dos avanços, o secretário reconhece o desafio da intermediação de mão de obra. A lacuna entre a oferta de vagas e o perfil da população disponível para trabalhar ainda precisa de ajustes e ações mais assertivas.
Outro ponto que merece atenção é a retenção de talentos, especialmente os jovens, que muitas vezes buscam oportunidades em centros maiores. O município precisa criar condições para manter esses profissionais, oferecendo empregos de qualidade e incentivo ao empreendedorismo.
 
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO 
Ao projetar o futuro, o secretário demonstra otimismo, mas destaca que a continuidade dos investimentos em qualificação, a atração de novas empresas e o fortalecimento do mercado formal serão fundamentais para garantir um desenvolvimento econômico sustentável.
A dependência dos programas sociais é um sinal de alerta, mas também uma oportunidade de intensificar políticas públicas que priorizem a inclusão produtiva.
 
TENSÃO ENTRE PL E CHARISE 
Nos bastidores da Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha, o clima entre os integrantes da bancada do PL e a vereadora Charise Bresolin, do PP, é de total desconforto. As divergências, que começaram ainda em 2024, quando Charise deixou o PL rumo ao Progressistas, seguem latentes. O episódio mais recente envolve um confronto verbal entre Charise e o vereador Viego Santos (PL). Não é um fato isolado. A relação entre ambos já vinha desgastada e agora o embate se torna público, sinalizando um desafio a mais para a articulação política no Legislativo.
 
SUSTENTEÇÃO NA CASA DO POVO
Encerrando o primeiro trimestre do ano, fica evidente que os maiores desafios políticos na Câmara de Lagoa Vermelha estão justamente na condução da relação entre o Executivo e sua sustentação no parlamento. O desgaste entre vereadores que deveriam atuar em sintonia acende um sinal de alerta sobre a fragilidade da base de apoio ao governo, o que pode comprometer votações importantes no decorrer do ano. Ou é exagero?
 
PAULA CASTILHOS, DO PT, SE DESTACA OPOSIÇÃO
Na contramão das disputas internas, Paula Castilhos, vereadora do PT, inicia o ano legislativo com ritmo forte e presença marcante nas discussões. A atuação da parlamentar demonstra disposição de ocupar o espaço da oposição com protagonismo. Além disso, pela ligação com o governo federal, Paula pode se tornar um canal importante para viabilizar recursos a Lagoa Vermelha nos próximos meses, o que reforça ainda mais seu espaço no cenário político local.
 
CENÁRIO POLÍTICO
Diante dos fatos e do clima na Câmara, o que se projeta para os próximos meses é um cenário de confrontos internos e possíveis rearranjos políticos. As disputas dentro do próprio campo governista podem abrir espaço para que a oposição ganhe protagonismo nas pautas e no debate público. Caso o Executivo não consiga alinhar sua base, a tendência é de que as sessões da Câmara ganhem temperatura e que o governo precise negociar mais intensamente para manter sua governabilidade. A relação entre os vereadores será determinante para o rumo das votações e das decisões políticas ainda em 2025.

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