COLUNISTAS

A dificuldade de conseguir gerenciar um projeto, em qualquer modalidade que seja, está exemplificada nesta triste decisão da diretoria da Assoeva, de Venâncio Aires. O clube, criado em 1982 cumpriu os passos de um projeto sólido, e foi crescendo aos poucos. 

Desde 2002, a Assoeva participa de competições profissionais, passando pelas divisões inferiores do campeonato estadual, até fazer a sua primeira aparição na Liga Nacional de Futsal em 2010. No ano de 2017 viveu a sua melhor temporada, com o título estadual e o vice-campeonato da Liga Nacional. Porém, depois de ter sido bicampeã estadual em 2019, passou a deixar transparecer as dificuldades de manter o projeto em pé. 

Já em 2024, cogitou-se a possibilidade da não participação nas competições.

Porém, agora em 2025, está confirmada a informação de que a equipe deverá “fechar suas portas”. Inicialmente veio a confirmação de que a vaga na Liga Nacional de Futsal, havia sido negociada, pelo prazo de dois anos, com o Velez da cidade de Camaquã. Mesmo após este anúncio, a Assoeva ainda figurava entre as participantes de outras competições deste ano. Mas, com o passar das semanas, houve a confirmação de que o time fechará as suas portas. 

Não há confirmações, mas especula-se que exista uma dívida substancial assumida pela equipe. 

É um momento triste para o futsal nacional, mas que deve ser encarado como alerta e ensinamento. Infelizmente este não é um caso isolado. Tivemos vários projetos potentes de futsal do passado, que acabaram fechando suas portas. Ao invés disso, queremos crescimento e principalmente o fortalecimento de grandes projetos espalhados por todo o Rio Grande do Sul. Para que isto seja possível, é fundamental a dedicação de todos, não somente diretores dos clubes, mas também de toda comunidade onde estas equipes estão inseridas. 

 

Nas últimas temporadas, a disputa de diversas competições tem ampliado a possibilidade de equipes do Rio Grande do Sul conseguirem conquistar títulos. Desde a disputa da Copa Dalponte, em 2019, o Lagoa Esporte Clube passou a figurar entre os favoritos de diversas competições que disputou. Naquele mesmo ano, o time de Lagoa Vermelha conquistou o título da Liga 2 e o acesso para a elite do futsal gaúcho. 

De lá, para cá, o Lagoa esteve em diversas finais de competições, venceu duas vezes a Taça Farroupilha, iniciou o ano de 2025, vencendo a Supercopa Santo Ângelo, e agora, vai em busca de um título inédito. 

A Supertaça Farroupilha será disputada na próxima semana, na cidade de Passo Fundo. Será uma maratona de jogos, começando na segunda-feira, dia 24, e seguindo até o sábado, dia 29. Esta será a segunda participação do Lagoa Futsal nesta competição, reservada aos campeões regionais do ano anterior. 

Em 2024, o time de Lagoa Vermelha esteve na cidade de Guaporé, disputando a competição. Naquela oportunidade, classificou-se para a semifinal, onde acabou eliminado para a AGE, de Guaporé. 

Neste ano, o Lagoa Futsal está no grupo A, ao lado de ACBF (Carlos Barbosa), AEU (Uruguaiana) e Nadas Branco (Rio Pardo). Já no grupo B estão Cerro Largo Futsal, Guarany (Espumoso), Lokomotiv (Palmeira das Missões) e Passo Fundo Futsal. As duas melhores equipes de cada grupo, na primeira fase, avançam para a semifinal.

Será uma maratona de jogos, que também servirá como preparação para a Taça Farroupilha Norte, que já começa logo na sequência. 

 

Depois de alguns anos sem ser realizada, a Copa Verão de Caseiros já retornou. No final de semana passado já foram disputados os primeiros jogos e modalidades da maior competição regional. Centenas de atletas de diversos municípios da região estão disputando os jogos de futebol de areia e futebol sete, com categorias de base e feminino, além do vôlei duplas, que já aconteceu no final de semana passado. 

A programação ainda conta com shows e outras atrações.  

Futebol de Campo parece impactar cada vez menos

Não sei se isso é apenas uma impressão, especialmente em função da minha identificação com outras modalidades, principalmente com o futsal. Porém, a cada dia que passa, me parece que o futebol impacta menos as pessoas, e os torcedores ficam cada vez mais distantes dos times do coração. 

É difícil identificar este fenômeno, ou até mesmo apontar razões para isso estar ocorrendo. Mas em um cenário onde Grêmio e Internacional se limitam a disputar apenas os títulos de competições regionais, isso parece desmotivar suas torcidas. E isso que o Gauchão de 2025 foi histórico, pela sequência de títulos que o Grêmio tinha até então e pela quebra desta hegemonia por parte do Internacional. 

Agora, com o estadual finalizado, e a festa feita pelo título colorado, será que os dois clubes gaúchos vão se limitar a ser meros coadjuvantes nas demais competições da temporada. Já faz alguns anos que os times do Rio Grande do Sul não se apresentam como forças do futebol nacional. Para a projeção da temporada, não se observa uma real possibilidade de título do Inter na Libertadores, do Grêmio na Sul-Americana, muito menos em Campeonato Brasileiro. Talvez, um ou outro possa surpreender em alguma destas competições, ou até mesmo na Copa do Brasil, mas certamente isso não estaria em uma linha lógica de raciocínio dos principais analistas do futebol. 

Além do problema de identificar e justificar esta realidade ainda seria necessário o planejamento para mudar este cenário. Enquanto as rodadas se acumularão, a partir de 29 de março, nós ficaremos esperando pelo próximo Gauchão, na expectativa de que Grêmio ou Inter possam voltar a dar uma volta olímpica. Até lá, quantas frustrações serão colecionadas pelos torcedores?