COLUNISTAS

A Liga Nacional de Futsal aprovou mudanças importantes para a temporada de 2026, retomando uma discussão antiga: a criação de uma divisão de acesso. O assunto vinha sendo ventilado há anos, mas a primeira tentativa, na temporada passada não teve o resultado esperado. Agora, com aval dos clubes franqueados, a competição passa a ser dividida em duas: a LNF, como primeira divisão, e a LNF Silver, pensada justamente para ampliar o espaço do futsal nacional e permitir a entrada de novos clubes no cenário.

O ranqueamento da entidade deverá definir a composição das ligas. A LNF manterá os 16 melhores clubes do ranking, preservando o nível técnico que caracteriza a competição. Já a LNF Silver reunirá outras equipes e abrirá vagas para novos projetos, completando um campeonato também com 16 participantes. A intenção é clara: organizar um sistema de acesso que dê previsibilidade às equipes.

Existe uma fórmula inicial de disputa pronta, mas ainda não definitiva. O modelo deverá passar por ajustes e debates antes da confirmação oficial, o que é natural diante de um formato totalmente novo. 

O importante, neste momento, é reconhecer que a criação da LNF Silver pode representar um passo decisivo para fortalecer a base competitiva do futsal brasileiro. Se bem conduzida, a novidade tem potencial para ampliar o alcance da modalidade, dar oportunidade a mais clubes e fomentar um calendário mais estruturado - algo que o futsal espera há muito tempo.

 

Com a reformulação anunciada pela Liga Nacional de Futsal, a direção da LNF passou a sondar clubes em todo o país para compor a nova LNF Silver. Depois de uma tentativa inicial que não saiu do papel, a estratégia agora é ampliar o diálogo e formalizar convites para equipes com projetos consolidados. No Rio Grande do Sul, Uruguaianense, Santa Rosa Futsal e AMF de Marau já confirmaram publicamente terem recebido o convite.

No início desta semana, mantive contato com a direção do Lagoa Esporte Clube, que também confirmou ter sido oficialmente convidada para integrar a nova divisão. A simples chegada desse convite representa um marco importante. Não é apenas uma formalidade - é um reconhecimento do trabalho consistente que o Lagoa vem desenvolvendo nos últimos anos, tanto dentro quanto fora de quadra. O clube se estruturou, ampliou suas ações, qualificou sua base e construiu uma presença cada vez mais forte no cenário estadual.

Ainda é cedo para saber qual decisão será tomada, porque a participação envolve planejamento financeiro, calendário e uma série de exigências próprias de uma competição nacional. Mas o fato é que o nome do Lagoa estar nesta lista já aponta para algo maior: o projeto ganhou relevância e começa, de forma natural, a ocupar o espaço que buscou construir. É um sinal claro de que o futsal de Lagoa Vermelha está no radar do país.

 

A direção do Lagoa Esporte Clube não descarta a possibilidade de disputar a LNF Silver, mas trata o assunto com máxima cautela. 

O momento é de avaliação profunda da estrutura do clube para entender, de forma realista, se existe viabilidade técnica e financeira para aceitar o convite.

Os desafios são significativos, a começar pelo custo de participação. Apenas a taxa de adesão à competição gira em torno de R$ 185 mil, valor que não representa a compra de franquia - hoje avaliada em mais de R$ 1 milhão - mas sim uma espécie de inscrição. Esse investimento inicial já impõe um teste de capacidade orçamentária, levando em conta que o clube também precisa manter o foco no Gauchão de Futsal e em outras competições paralelas.

Além disso, a montagem de um elenco compatível com o nível nacional seria inevitável. Jogar a LNF Silver exige profundidade, regularidade e um grupo mais numeroso, capaz de suportar viagens longas e uma carga de jogos maior. Nesse ponto, a logística é outro fator decisivo. 

A LNF oferece um aporte importante, cobrindo grande parte dos custos de deslocamento, mas ainda assim trata-se de uma estrutura muito mais complexa do que a realidade atual do Lagoa.

A preocupação com a casa de jogos também entra no cálculo. O ginásio Adolfo Stella atenderia às exigências mínimas, uma vez que a LNF Silver deve trabalhar com critérios mais flexíveis, permitindo quadras menores na fase classificatória. Ainda assim, o clube precisará garantir condições adequadas para receber partidas com padrão nacional.

O tempo para decidir é curto. A direção precisará dar uma resposta em breve, e qualquer escolha terá impacto direto no planejamento de 2026. Como amante do futsal, vejo a possibilidade como um enorme salto para a região. Mas é claro que paixão não paga contas. Será preciso que direção, torcedores, patrocinadores e comunidade tenham ainda mais força - porque disputar uma competição nacional exige muito mais do que disposição: exige sustentação.

 

Jogando em Camaquã, o Ibira Futsal acabou derrotado pelo Vélez no confronto de volta da semifinal da série B do Gauchão de Futsal e se despediu da competição. Após o empate em Ibiraiaras, quem vencesse avançaria à final e garantiria o acesso à série A de 2026. Mesmo diante da dificuldade de enfrentar uma equipe que disputou a Liga Nacional de Futsal, o Ibira fez dois jogos equilibrados e mostrou competitividade.

No entanto, o duelo decisivo mudou de rumo após a expulsão do capitão Jacaré, momentos depois de o time sofrer o primeiro gol. Com um a menos, o Ibira acabou levando o segundo. Já na tentativa de reagir com goleiro-linha, sofreu o terceiro.

Apesar da eliminação dolorida, o sentimento é de orgulho pela campanha histórica, que colocou o clube em uma semifinal inédita e garantiu a terceira melhor campanha geral da competição. 

Esta posição final ainda pode render um convite para a disputa da Série A. Especula-se que haja alguma desistência entre as equipes da elite, que abriria uma nova vaga, que poderá ser preenchida pelo time de Ibiraiaras.  

Agora, o foco se volta para 2026. A permanência da comissão técnica de Igor Coimbra está encaminhada, assim como a manutenção da base do elenco para a próxima temporada.