O governador Eduardo Leite encerrou os debates do Fórum de Competitividade e Reconstrução do Rio Grande do Sul, promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP) durante a manhã desta quinta-feira (24/10), em Porto Alegre. Os mecanismos competitivos de recuperação da economia gaúcha pós-enchentes de abril e maio foram tema do encontro, que também contou com a presença dos titulares das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, e do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.
O evento reuniu lideranças governamentais, especialistas e empresários para debater ações de infraestrutura, saneamento, planejamento urbano, sustentabilidade e inovação, entre outros assuntos que compõem a avaliação do Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios, do CLP.
Leite destacou que, a partir do ranking, é possível não só celebrar os avanços, mas também lembrar que os dados são um instrumento de gestão que ajuda a traçar a rota de partida e de chegada. "Nos últimos anos, colocamos em prática uma agenda profunda de transformação do Rio Grande do Sul", disse o governador.
Ele ressaltou que o Estado tem feito tudo o que é necessário em termos de reequilíbrio fiscal. Para o governador, agora é preciso que a União reconheça os esforços, em especial no que diz respeito à questão da suspensão da dívida pública. "O que depende de nós, temos feito. Mas precisamos que a União nos olhe com mais atenção", frisou.
Leite acrescentou que a superação de problemas antigos do Estado ainda exige esforços. “O nosso passado continua nos desafiando, mas estamos crescendo de forma constante, como mostra o prêmio Excelência em Competitividade, que recebemos este ano do CLP. Deixamos de ser um Estado que devia salários e agora temos capacidade de investir e evoluir em pilares como infraestrutura e segurança pública, além de promover avanços na educação, na saúde, no turismo e na cultura", salientou.
"Nos últimos anos, colocamos em prática uma agenda profunda de transformação do Rio Grande do Sul", disse o governador - Foto: Vitor Rosa/Secom
O Plano Rio Grande também foi abordado pelo governador. Leite lembrou que já foram destinados mais de R$ 2,1 bilhões em investimentos que, além da resiliência climática, buscam ativar a economia em áreas estratégicas, protegendo o Estado em situações como as ocorridas neste ano.
"O Rio Grande do Sul sairá mais forte depois de tudo o que aconteceu. Com o volume de investimentos que conseguimos assegurar com a suspensão da dívida com a União, e com a nossa capacidade orçamentária, vamos garantir o maior volume de investimento público que o Estado já teve", afirmou. "Não vamos só reconstruir o Rio Grande: vamos reconstruir melhor."
Competitividade
O secretário Polo apresentou o painel Investimentos e Competitividade do Rio Grande do Sul, acompanhado da secretária Marjorie, do diretor-geral da empresa de celulose CMPC, Antonio Lacerda, e do diretor da Aegea Saneamento e Participações, Fabiano Dallazen.
Polo ressaltou que o evento é uma oportunidade de aprofundar o tema da competitividade, destacando que o Ranking do CLP promove uma competição saudável entre os estados, incentivando-os a aprimorarem as ações do setor público e a formarem parcerias com o setor privado. "Não se consegue aprimorar somente o setor público ou apenas o privado. É preciso trabalhar em sintonia, discutir de forma conjunta e, a partir disso, ver a evolução do Estado nos indicadores e pilares do CLP", disse Polo.
Para o secretário, a competitividade melhora o ambiente de negócios. "O governador sempre diz que é necessário criar um ambiente para que o empreendedor se sinta confortável para investir e gerar emprego e renda, algo fundamental para promover o desenvolvimento econômico e social", lembrou.
Marjorie apresentou ações ambientais relacionadas à competitividade. A secretária explicou que a Sema abrange não só o meio ambiente, mas também a infraestrutura, um dos pilares do ranking.
Entre outros temas, Marjorie tratou d incentivos fiscais atraentes para energia renováveis e biocombustíveis; planejamento energético estratégico, com estudos que mapeiam os potenciais do Rio Grande do Sul na área de energia; planos de transição energética justa; monitoramento do licenciamento ambiental; e agricultura sustentável de baixo carbono.
A respeito das privatizações, a secretária explicou que iniciativas desse tipo, como foi o caso da Corsan, foram tomadas porque o Estado entendeu que apenas a ação do setor público não seria suficiente para se alcançar os níveis adequados de saneamento esperados. Marjorie relembrou o lema de sua secretaria: "desenvolver para proteger", salientando que o desenvolvimento gera condições e recursos para fortalecer a proteção do meio ambiente.
Ainda no evento, o embaixador do CLP, Eduardo Fernandez, realçou a importância da cooperação entre os setores público e privado como caminho para se construir a melhoria da competitividade. "Temos trabalhado por meio desses fóruns, já realizados em algumas cidades, para discutir de que forma podemos melhorar. O Rio Grande do Sul ocupa o 5º lugar no ranking e, com certeza, pode evoluir ainda mais. O setores público e privado, juntos, vão construir um Estado melhor", garantiu.
Escolha pelo RS
Lacerda explicou porque a CMPC escolheu o Rio Grande do Sul para investir R$ 24 bilhões, um dos maiores aportes realizados por uma entidade privada no Estado na história. Além das condições climáticas, que favorecem a plantação de eucalipto, ele citou a receptividade do governo estadual em relação ao projeto, estabelecendo, inclusive, o Comitê de Monitoramento do Projeto Natureza CMPC para acompanhar o empreendimento.
A educação da população e a qualidade da mão-de-obra também foram pontos levados em consideração para a instalação da indústria em Barra do Ribeiro. "Teremos a grande satisfação de comemorar um trabalho conjunto bem feito, que vai trazer prosperidade não somente para a empresa, mas também para o Rio Grande do Sul, para as pessoas que vivem no Estado e para os fornecedores locais. Tudo isso deve andar junto, caso contrário, não teremos feito um bom trabalho”, afirmou Lacerda.
Dallazen, que é diretor da empresa que adquiriu a Corsan, falou sobre a necessidade de olhar o saneamento como parte essencial da infraestrutura, especialmente por causa do déficit grave que há no país no setor. Ele citou que quase 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto, e cerca de 35 milhões não têm água tratada.
Para ele, é necessária uma parceria entre poder público e iniciativa privada para que os problemas de saneamento sejam superados, pois essa parceria, além de melhorar a estrutura, tem a capacidade de gerar empregos e dar oportunidades para empresas e fornecedores locais. Dallazen citou o projeto que a Aegea está fazendo no Rio de Janeiro com a despoluição da Baía de Guanabara. “Isso vai ser uma virada de chave. E se podemos fazer isso lá, podemos muito mais aqui no Rio Grande do Sul”, ressaltou.
Ranking de Competitividade dos Estados de 2024
Desenvolvido pelo CLP, o Ranking de Competitividade avalia as 27 unidades da federação a partir de dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública dos estados brasileiros: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação.
Desempenho do Rio Grande do Sul no ranking:
Texto: Ascom Sedec
Edição: Secom
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