Irrigação é estratégia para reduzir impactos da estiagem no Rio Grande do Sul

Assessoria de Comunicação Social - 11/02/2025

Com investimentos e expansão de polos irrigados, governo busca garantir a segurança alimentar e a produtividade agrícola em meio à seca



Brasília (DF) - Diante dos desafios climáticos e dos impactos severos na produção agrícola, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) destaca a irrigação como uma estratégia para mitigar os efeitos da onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul. Atualmente, 13 municípios gaúchos já tiveram a situação de emergência reconhecida devido à estiagem, enquanto outros 13 estão em análise pela Defesa Civil Nacional.

O Rio Grande do Sul é um dos principais estados agrícolas do Brasil e um exemplo claro da importância da irrigação na produção nacional. O estado possui cerca de 1,4 milhão de hectares irrigados, com destaque para o sistema de inundação, utilizado principalmente para o cultivo de arroz e soja. No entanto, apenas 250 mil hectares do estado utilizam sistemas de irrigação pressurizada, evidenciando um grande potencial de expansão nesse setor.

Para a diretora de Irrigação do MIDR, Larissa Rêgo, a irrigação em momentos como esse é fundamental para a produção de alimentos não parar. "A agricultura irrigada tem que ser cada vez mais incentivada, pois é fundamental para a segurança alimentar, a geração de empregos e a renda no campo. Ampliar a irrigação significa levar mais alimentos à mesa dos brasileiros e fortalecer a produção agrícola do país", disse Larissa.

Com a responsabilidade de produzir cerca de 70% do arroz nacional, o Rio Grande do Sul é fundamental para a segurança alimentar do país. Além disso, o estado ocupa a terceira posição na produção de soja no Brasil e lidera a produção de trigo. Para aumentar ainda mais a produtividade e mitigar os impactos da estiagem, o governo estadual anunciou um investimento significativo de R$ 213,2 milhões para subsidiar projetos de irrigação, com expectativa de aportes privados na ordem de R$ 2 bilhões. O objetivo é ampliar a área irrigada em 100 mil hectares nos próximos quatro anos, com foco em culturas como milho e soja.

Polos de irrigação no Rio Grande do Sul



O estado gaúcho é casa de dois polos de agricultura irrigada que merecem destaque pela relevância e impacto regional. O Polo da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria, que abrange uma área de 115.614 hectares irrigados, possui um grande potencial de expansão, com projeção de alcançar 166.038 hectares até 2040. Já o Polo Noroeste Gaúcho, com uma área atual de 69.377 hectares irrigados, tem o objetivo de expandir significativamente sua área irrigável, com projeção de alcançar 208.409 hectares até 2040. Esses polos têm sido fundamentais para promover a irrigação como instrumento de desenvolvimento sustentável e aumentar a produtividade agrícola em regiões com grande potencial.

A integração entre governo, produtores e tecnologia



A estiagem, que afeta atualmente cerca de 58% do território nacional, representa um risco iminente para o agronegócio brasileiro. Em 2024, o Brasil enfrentou uma situação crítica, com aproximadamente 5 milhões de km² do território em condições de seca, gerando perdas substanciais na produção de grãos, frutas e outras culturas essenciais para a segurança alimentar e a balança comercial. Para contornar este cenário, especialistas apontam a irrigação como uma das soluções mais eficazes e estratégicas para garantir a resiliência e a produtividade agrícola em tempos de escassez hídrica.

A expansão da irrigação no Brasil é uma estratégia de longo prazo e depende de uma ampla colaboração entre o setor público, a iniciativa privada, a academia e os produtores rurais. No Rio Grande do Sul, o fortalecimento das redes de energia elétrica, a melhoria da infraestrutura rodoviária e a redução da burocracia para o uso da água são algumas das demandas que precisam ser atendidas para garantir o sucesso das iniciativas.

 



Além disso, a promoção da conectividade nas propriedades rurais e a capacitação técnica são essenciais para garantir que os produtores possam utilizar as tecnologias mais avançadas para otimizar o uso da água e aumentar a eficiência produtiva. A irrigação não é apenas uma solução para a sobrevivência durante a estiagem, mas uma estratégia para garantir a prosperidade do agronegócio brasileiro.

Política Nacional de Irrigação: Pilar para o crescimento sustentável



A Política Nacional de Irrigação, instituída pela Lei nº 12.787 de 2013, surge como um dos principais instrumentos do governo federal para combater os impactos da estiagem e promover a expansão da área irrigada no Brasil. O objetivo central dessa política é aumentar a produtividade agrícola de maneira sustentável, garantindo a segurança alimentar, a produção de fibras e bioenergia.

 



No âmbito dessa política, os Polos de Agricultura Irrigada têm se mostrado essenciais para o fortalecimento da gestão e da governança no setor. Atualmente, o Brasil conta com 17 polos reconhecidos, incluindo quatro novos polos criados em 2024: Sudoeste do Tocantins, Centro-Sul do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Vale do Paranã. Esses polos representam uma área irrigada de cerca de 1,5 milhão de hectares e são responsáveis pela geração de aproximadamente 4 milhões de empregos diretos e indiretos. Eles demonstram como o planejamento setorial, a integração com centros de ensino e pesquisa, e a inovação podem impulsionar a agricultura irrigada, garantindo maior produtividade e sustentabilidade.



 



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Fonte: MIDR

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